Moscatel português eleito o melhor do mundo

É um Moscatel Roxo de Setúbal da Venâncio Costa Lima e brilhou no concurso internacional Muscats du Monde, em França. No top estão mais dois moscatéis da região, pela Adega de Palmela e Ermelinda Freitas.

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Venâncio da Costa Lima é n.º1 DR

Na 20.ª edição do concurso que avalia os melhores moscatéis do mundo, estiveram à prova 158 licores criados nos 16 países produtores. E o júri escolheu como o melhor da competição o português Moscatel Roxo de Setúbal da Venâncio Costa Lima — Reserva da Família 2016. Mas não é o único moscatel nacional a marcar presença entre os melhores.

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Na 20.ª edição do concurso que avalia os melhores moscatéis do mundo, estiveram à prova 158 licores criados nos 16 países produtores. E o júri escolheu como o melhor da competição o português Moscatel Roxo de Setúbal da Venâncio Costa Lima — Reserva da Família 2016. Mas não é o único moscatel nacional a marcar presença entre os melhores.

O Muscats du Monde, que se realizou dias 22 e 23 de Julho em Frontignan-la-Peyrade, França, é considerado o concurso de moscatéis mais reconhecido do mundo e todos os anos conta com provadores especialistas na avaliação deste tipo de vinho licoroso. Produzido pela Venâncio Costa Lima, que tem sede na Quinta do Anjo, Palmela, o moscatel volta a trazer para a casa a distinção de ter o melhor ou um dos melhores destes néctares, um selo a que a empresa já se habituou nesta competição.

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Moscatel Roxo de Setúbal da Venâncio Costa Lima DR

Colhidas na região de Setúbal, dentro de um limite geográfico para garantir a qualidade do produto, as uvas que valeram à Venâncio Costa Lima a distinção de melhor moscatel do mundo passaram depois quatro anos em barricas. O processo, explica a empresa, começou com a colocação da fruta num depósito durante 24 horas, onde se deu início à fermentação. Este seria o caminho normal de um vinho; contudo, para um moscatel, a fermentação é interrompida, para que o açúcar das uvas permaneça lá. O sabor a álcool vem da adição de aguardente vínica.

“Durante todo o Inverno, as uvas ficam em depósitos e é aqui que acontece a transferência dos aromas”, resume a empresa. Na Primavera seguinte, quando provam, já há o início do moscatel de Setúbal. Ainda assim, o vinho licoroso não pode ser imediatamente comercializado por motivos legais. “Tem de permanecer no mínimo três anos em depósito.” Esta adega setubalense conta ainda com mais três vinhos no concurso, que receberam medalhas de prata, contabilizando um total de cinco distinções. O Moscatel Roxo de Setúbal, assinala-se, é vendido em exclusivo nas lojas Continente (empresa da Sonae, grupo ao qual pertence o PÚBLICO).

Na escolha dos melhores moscatéis destaca-se também a presença de mais dois portugueses no top final: Moscatel de Setúbal DOC Adega de Palmela – 10 anos 2006 e o Moscatel Roxo de Setúbal DOC Casa Ermelinda Freitas – Superior 2010.

Texto editado por Luís J. Santos 


11 de Setembro de 2020: Este artigo foi tema de uma crítica de Pedro Garcias na Fugas: "Andamos por aqui a criticar o nacionalismo pacóvio nos vinhos (e não só), a aldrabice dos prémios e acabamos a fazer o mesmo”. “A notícia correcta seria: ‘Moscatel português ganha concurso em França'"