Praxe presencial na UMinho suspensa, menos de 48 horas depois de regresso ser anunciado

Autoridades locais e nacionais condenaram a decisão de retomar as praxes na Universidade do Minho. PSP e Junta de Freguesia de Gualtar avisaram que não foram avisadas. Menos de 48 horas depois, as praxes foram suspensas “com efeito imediato”.

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Decisão de retomar as praxes presenciais foi atacada pelas autoridades e grupo que gere a praxe suspendeu as actividades Andre Rodrigues

Depois de decidir o regresso das praxes presenciais na segunda-feira, o Cabido de Cardeais – o grupo que gere a praxe na Universidade do Minho (UM) – anunciou esta quarta-feira que as praxes foram suspensas “com efeito imediato”, menos de 48 horas depois de comunicar que regressariam presencialmente. O anúncio da suspensão foi feito através do Facebook, tal como tinha sido feito o do regresso.

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Depois de decidir o regresso das praxes presenciais na segunda-feira, o Cabido de Cardeais – o grupo que gere a praxe na Universidade do Minho (UM) – anunciou esta quarta-feira que as praxes foram suspensas “com efeito imediato”, menos de 48 horas depois de comunicar que regressariam presencialmente. O anúncio da suspensão foi feito através do Facebook, tal como tinha sido feito o do regresso.

Na segunda-feira, o Cabido de Cardeais autorizou que os cursos da academia minhota voltassem a organizar praxes, impondo algumas medidas para assegurar o distanciamento social e o limite de pessoas presentes nos ajuntamentos. Dos 56 cursos que realizam praxe naquela universidade, 29 optaram por regressar presencialmente à praxe. O objectivo da decisão, disse então o Cabido de Cardeais, era “fazer um fecho ao ano praxístico”.

A medida não foi acolhida favoravelmente, nem nas redes sociais, nem pelas autoridades locais. Ao PÚBLICO, tanto a reitoria da UM como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) condenaram a decisão. “A universidade não aceita que o compromisso responsável e cooperante da generalidade dos nossos estudantes possa ser colocado em causa por atitudes insensatas de um pequeno número de estudantes, completamente inadequadas aos tempos muito difíceis que vimos atravessando, como comunidade académica e como país”, disse por escrito a reitoria da universidade.

Já o MCTES afirmou ao PÚBLICO que era “incompreensível” a decisão tomada e acusou as praxes presenciais de serem “actividades que nem são essenciais nem são desejáveis nos espaços académicos”.

A Polícia de Segurança Pública informou o PÚBLICO que, ao contrário do que foi dito pelo papa Pedro Domingues (o responsável máximo pela praxe na UM), que disse que todas as autoridades estavam a par da decisão, não foi de todo contactada e não existiu qualquer colaboração entre a PSP e a praxe minhota.

O praxante também contou ao PÚBLICO que contactou a Junta de Freguesia de Gualtar – freguesia onde se encontra o campus de Gualtar, o maior da universidade – e que o contacto “foi mais fácil”. Mas na terça-feira, o órgão local fez duras críticas à praxe e acusou o praxante de mentir, pedindo às autoridades para travar a realização das praxes presenciais.

O Cabido de Cardeais fez questão de ressalvar que a decisão final de voltar a praxar presencialmente era dos cursos, mas a autorização de o fazer foi dada pelo grupo.

Também a Associação Académica da Universidade do Minho colocou-se ao lado das autoridades e o presidente da associação de estudantes, Rui Oliveira, afirmou ao PÚBLICO que o regresso das praxes presenciais não é uma prioridade e que “não se encaixa nas actividades que são essenciais”.