Antiga fábrica A Napolitana em Lisboa proposta para monumento de interesse público

De acordo com a informação publicada no site da DGPC, A Napolitana insere-se na grande fase de afirmação da indústria moageira alimentar em Portugal.

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Fábrica A Napolitana em Alcantâra, Lisboa DR

A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) vai propor à secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a classificação como monumento de interesse público da antiga unidade industrial A Napolitana, localizada em Alcântara, Lisboa.

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A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) vai propor à secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a classificação como monumento de interesse público da antiga unidade industrial A Napolitana, localizada em Alcântara, Lisboa.

De acordo com o anúncio publicado nesta terça-feira em Diário da República e assinado pelo director-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, a proposta ficará em consulta pública durante 30 dias e as observações dos interessados deverão ser apresentadas junto da DGPC, que se pronunciará num prazo de 15 dias úteis.

A antiga unidade industrial está localizada na Rua Maria Luísa Holstein, na Rua da Cozinha Económica e na Travessa Teixeira Júnior, nº 1.

Em 1908, a firma Gomes, Brito Conceição Reis & C.ª solicitou ao município a construção da sua fábrica no tecido industrial de Santo Amaro.

Pouco se conhece desta empresa, tendo a fábrica de massas A Napolitana sido adquirida, em 1926, pela Companhia Industrial de Portugal e Colónias (CIPC), mantendo-se em actividade até 1970, ano em que a CIPC vendeu a fábrica.

O projecto da fábrica de massas, da autoria dos construtores e projectistas franceses Vieillard & Touzet, foi publicado numa revista de referência - A Construção Moderna - para o estudo da arquitectura coeva.

Os vários edifícios construídos - fabrico das massas, moagem, silos, casa das máquinas - e mesmo as ampliações ocorridas a partir de 1912/1913 mantiveram “uma unidade construtiva e uma homogeneidade estética conferida pela valorização atribuída a elementos estruturais, como os pilares, aos vãos de iluminação e à articulação do tijolo silíco-calcário branco e cinzento”.

Cada um dos edifícios tem uma volumetria e uma área distinta, exigências estritamente dependentes da função e do equipamento industrial a instalar.

O conjunto industrial, de início do século XX, tem reconhecida importância para o estudo da arquitectura industrial portuguesa.

A manutenção deste complexo no território industrial de Santo Amaro simboliza a permanência de uma das últimas instalações industriais desta área de Lisboa, dedicada à mecanização da alimentação.

As antigas instalações de A Napolitana estão em vias de classificação desde 25 de Novembro de 2017. No entanto, tinha sido já iniciado um processo de classificação no início de 2004 que acabou por caducar.