Covid-19. Estratégia em Lisboa passa do rastreio generalizado para foco nos positivos

Dos cerca de 14 mil testes de rastreio feitos a pessoas assintomáticas, foram processadas até agora 8907 amostras, das quais 396 apresentaram um resultado positivo, o que corresponde a 4,4% dos casos.

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Marta Temido avisou para um cenário em que “estes números se mantenham elevados nos próximos dias” LUSA/TIAGO PETINGA

As autoridades de saúde vão adoptar uma nova estratégia no combate à covid-19 na região e Lisboa que passa pelo acompanhamento mais focado nos casos positivos, depois da fase de rastreios para detectar focos da doença.

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As autoridades de saúde vão adoptar uma nova estratégia no combate à covid-19 na região e Lisboa que passa pelo acompanhamento mais focado nos casos positivos, depois da fase de rastreios para detectar focos da doença.

O anúncio foi feito este domingo feito pela ministra da Saúde, Marta Temido, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia do novo coronavírus em Portugal.

Marta Temido sublinha que após semanas “muito intensas de rastreio generalizado” a determinadas actividades e grupos profissionais, que permitiram detectar a concentração de casos, o “foco vai agora deslocar-se para outra área”.

“Parece-nos que devemos agora transitar para um trabalho mais focado em casos concretos sintomáticos”, afirmou a ministra da Saúde, que destacou a importância da metodologia “intensiva de rastreio” entretanto seguida.

Marta Temido deu como exemplo que dos 255 novos casos detectados na região de Lisboa e Vale do Tejo nas últimas 24 horas, 101 foram identificados na sequência dos 14 mil testes feitos nas duas últimas semanas, por serem casos assintomáticos.

A prioridade é agora “concentrar esforços” no acompanhamento dos casos nos locais onde as pessoas infectadas moram, onde estão a fazer os seus confinamentos “e de outras informações de contactos que podem ser recolhidas”, realçou.

“O objectivo passará pela manutenção da intervenção da saúde pública de uma forma mais rápida, mais expedita na identificação, testagem, isolamento e acompanhamento dos casos positivos que sejam identificados”, pormenorizou a ministra da Saúde.

Segundo Marta Temido, essa vai ser a estratégia a adoptar, “complementada pelo apelo às medidas habituais de segurança, de distanciamento físico, lavagem das mãos” e utilização de equipamento de protecção individual.

Marta Temido acrescentou que, dos cerca de 14 mil testes de rastreio feitos a pessoas assintomáticas, foram processadas até agora 8907 amostras, das quais 396 apresentaram um resultado positivo, o que corresponde a 4,4% dos casos. A governante acrescentou contar ter até amanhã, segunda-feira, ao final do dia concluídos os restantes cinco mil resultados laboratoriais.

Marta Temido reforçou que o acompanhamento de todos os casos é a melhor via para a supressão da doença e avisou para se estar preparado para um cenário em que “estes números se mantenham elevados nos próximos dias”.

De acordo com Marta Temido, essa perspectiva deve-se a um provável atraso da curva epidémica na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), à estratégia intensiva de rastreio na região e a “especificidades associadas aos novos casos, predominantemente em idades muito jovens, com doença assintomática”.

Os rastreios deixam de ser feitos de forma generalizada, mas serão realizados quando surgirem casos suspeitos.

Dos 342 novos casos de infecção no país registados no boletim da da Direcção-Geral da Saúde deste domingo, 255 são na região de LVT e, desses, 80% concentra-se em cinco concelhos.