Na praia com Marcelo, o Presidente que se incomoda “um bocadinho” com as câmaras

Chefe de Estado tinha prometido voltar neste sábado, para dar um mergulho nas águas “quentes” da Ericeira.

Fotogaleria

Marcelo Rebelo de Sousa chegou este sábado à praia da Ericeira de calções de banho azuis, a conduzir o seu carro e, não fossem os curiosos e uns discretos policias, e quase podia passar despercebido.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou este sábado à praia da Ericeira de calções de banho azuis, a conduzir o seu carro e, não fossem os curiosos e uns discretos policias, e quase podia passar despercebido.

Mas não. Não passou despercebido o Presidente da República que, há três semanas, estivera ali no início do desconfinamento devido à pandemia de covid-19 que quase parou o país e a Europa e prometeu voltar este sábado, para dar um mergulho nas águas “quentes” da Ericeira - palavra de Marcelo, entre os 18,5.º e os 19.º Celsius.

Estavam lá os autarcas, os curiosos, os jornalistas para ver o Presidente que confessou incomodar-se “um bocadinho” com tantas câmaras à sua volta.

“Sem vento, uma temperatura excepcional para esta época do ano”, descreveu o Presidente que, durante os 20 minutos nadou acompanhado pelos nadadores-salvadores da praia, e ainda teve tempo para selfies, de longe, com distanciamento, e ainda para fazer um cálculo de somar.

Olhando de longe, a praia dos pescadores, com uma capacidade autorizada de 500 pessoas, tinha hoje “umas 100”, disse, com bastante espaço de distância entre cada chapéu de sol e grupos estendidos ao sol. Este cálculo serviu para, uma vez mais, Marcelo, o Presidente, ter pedido que todos tenham cuidado e possam gozar “com precaução” a época balnear: “Com bom senso, cuidado, distanciamento, respeito da capacidade de cada praia, quem sabe nadar, nadar, para [usar] máscara, excepto nadando.”

E foi o que ele próprio fez, que teve sempre a máscara enquanto passeou na localidade, sempre acompanhado pelo presidente da Câmara de Mafra, Helder Sousa Silva (PSD), ele também de máscara, e dois seguranças, que ficaram discretos.

Marcelo também não conseguiu passar despercebido na praia. Ouviu graças - “não se constipe, senhor Presidente”. Ou até apelos a uma recandidatura em 2021 - “Presidente... mais cinco anos”.

Mas foi rápido a entrar no mar, onde ficou nadou 20 minutos na praia de onde partiu a família real após a implantação da República em 1910. Depois, saiu, secou-se, trocou de roupa, tirou selfies e subiu a rua ao paredão da vila, onde foi aplaudido ao passar.

Antes, na praia, uma criança perguntou se não o incomodava “não ter paz”, andar sempre com as câmaras atrás, seja para onde for, “Um bocadinho, mas faz parte. Quando se é Presidente da República, não se pode dizer “não quero câmaras"”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa almoçou com autarcas num restaurante da Ericeira, mas sem câmaras à volta.