Carta aberta põe em causa restauro dos Painéis de São Vicente. Museu desvaloriza críticas

Signatários defendem que o restauro em curso pode pôr em risco a integridade da pintura. Director do MNAA assegura que não: “Vamos avançar com muito cuidado, devagar.” E sem teorias em mente. Será a obra a ditar o que fazer a cada momento.

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No rosto da figura mais à esquerda são visíveis várias manchas mais escuras resultantes de retoques de Luciano Freire feitos há mais de 100 anos, hoje muito degradados Cortesia: Museu de Arte Antiga

Quando o Museu Nacional de Arte Antiga decidiu avançar para o restauro dos Painéis de São Vicente (c. 1470), de Nuno Gonçalves, depois de o preparar durante mais de dois anos, já contava com vozes críticas. Os seus conservadores estão habituados a que quaisquer projectos que envolvam a mais importante pintura portuguesa do século XV suscitem debate e, muitas vezes, até posições extremadas. O que talvez não esperassem é que essas críticas surgissem mesmo antes de os técnicos terem oportunidade de fazer qualquer intervenção na obra.

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Quando o Museu Nacional de Arte Antiga decidiu avançar para o restauro dos Painéis de São Vicente (c. 1470), de Nuno Gonçalves, depois de o preparar durante mais de dois anos, já contava com vozes críticas. Os seus conservadores estão habituados a que quaisquer projectos que envolvam a mais importante pintura portuguesa do século XV suscitem debate e, muitas vezes, até posições extremadas. O que talvez não esperassem é que essas críticas surgissem mesmo antes de os técnicos terem oportunidade de fazer qualquer intervenção na obra.