Estrada junto às marinhas de sal de Aveiro vai ser finalmente requalificada

Obra já foi adjudicada, por cerca de 1,9 milhões de euros, e transformará o que resta da antiga EN 109-7 numa via de fruição paisagística.

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“É uma boa notícia para nós, proprietários das marinhas, mas também para os turistas e os aveirenses que usam aquela estrada”, avalia Sandra Sofia Sousa, proprietária da Ostraveiro, uma das empresas que decidiu requalificar uma antiga salina para a colocar ao serviço do turismo. E também uma das que têm vindo a ser afectadas pelo mau estado da via que lhe dá acesso, e que vai do Eco-Museu da Marinha da Troncalhada até às instalações dos Clube Naval e Sporting Clube de Aveiro. A sua requalificação parece estar, agora, prestes a avançar, uma vez que a câmara municipal de Aveiro acaba de anunciar a adjudicação da obra por cerca de 1,9 milhões de euros. Mais do que melhorar a estrada, que tem também a função de dique, será criado um passeio para peões, permitindo a fruição da paisagem da ria.

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“É uma boa notícia para nós, proprietários das marinhas, mas também para os turistas e os aveirenses que usam aquela estrada”, avalia Sandra Sofia Sousa, proprietária da Ostraveiro, uma das empresas que decidiu requalificar uma antiga salina para a colocar ao serviço do turismo. E também uma das que têm vindo a ser afectadas pelo mau estado da via que lhe dá acesso, e que vai do Eco-Museu da Marinha da Troncalhada até às instalações dos Clube Naval e Sporting Clube de Aveiro. A sua requalificação parece estar, agora, prestes a avançar, uma vez que a câmara municipal de Aveiro acaba de anunciar a adjudicação da obra por cerca de 1,9 milhões de euros. Mais do que melhorar a estrada, que tem também a função de dique, será criado um passeio para peões, permitindo a fruição da paisagem da ria.

O presidente da autarquia aveirense, Ribau Esteves, é o primeiro a reconhecer a falta de condições do que resta da “velha e importantíssima [Estrada Nacional] 109-7, que fazia a ligação da cidade de Aveiro à praia da Barra”. Acabou por perder essa função e importância, há muitos anos, passando “a ser apenas uma estrada onde se vai dar um passeio”, sendo que, “mesmo para passear, a via passou a ser muito desagradável pelo estado em que se encontra”, aponta o autarca.

Os planos para o futuro passam por torná-la numa frente-ria com uma dupla via e condições dignas. “Vai ter essa função de estrada-dique, combatendo as inundações e as entradas de água para as marinhas”, revela o edil. Nesse sentido, a obra passará por “elevar a quota da estrada” e construir “um enrocamento”, que faça “a delimitação da parte de terra com a água”. Este empedrado, segundo refere Ribau Esteves, acaba por ser “a peça mais cara da obra”.

A esta função, junta-se, depois, a da fruição paisagística, criando uma zona aprazível “para passeios ou birdwatching”. O projecto prevê a existência de uma única faixa de rodagem - as viaturas só vão poder circular num sentido, com uma velocidade limitada a 30 quilómetros por hora – e a criação, do lado da ria, de “um largo passeio para peões, com cerca de 2,5 metros de largura e com pilaretes que servirão para iluminar e simultaneamente impedir que os carros violem essa faixa”, desvenda o autarca.

Em tempos de angústia, dada a paragem forçada da actividade turística motivada pela Covid-19, a adjudicação desta obra aparece, assim, como uma lufada de ar fresco para quem tem um negócio naquela área. “É uma necessidade que já sentimos há muito tempo e vem dar melhores condições a quem nos visita”, repara Sandra Sofia Sousa.

Cais para as lanchas Aveiro-S. Jacinto

A obra de requalificação da via, que irá passar a designar-se Rua do Sal, compreende ainda a construção de um novo cais para embarcações. Será edificado na zona onde está, actualmente, o cais provisório que serve a Ostraveiro e passará a servir, também, as lanchas que irão fazer as viagens Aveiro-S. Jacinto – neste momento, a ligação fluvial à única praia do concelho de Aveiro apenas é assegurada a partir do Forte da Barra, no município vizinho.

O presidente da autarquia aveirense estima arrancar com a obra “em cima do Verão, algures entre Julho e Setembro”. “O prazo de execução é de nove meses, o que quer dizer que daqui a um ano deveremos ter a obra pronta”, perspectiva Ribau Esteves, a propósito da empreitada suportada, na sua totalidade, pelo orçamento camarário. “É uma obra que poderia e deveria incluir-se no Polis II, mas por vontade do actual governo ainda não há Polis II”, lamenta.

Juntamente com os restantes autarcas da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), organismo a que preside, Ribau Esteves diz que continua “na luta”. “Não quero ter ilusões que ainda neste quadro comunitário vai haver Polis II, mas estamos na luta para que ele seja uma realidade no próximo quadro comunitário”, vinca.