Há poesia na soul de KeiyaA

Começou no jazz como saxofonista. Virou cantora soul. No álbum de estreia revela uma voz e uma música fora de tempo.

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É um disco sóbrio e introspectivo, tocado pela graça, sem precisar de exibir grandes alardes

Um álbum fora de tempo. Não tem o rímel a que nos fomos habituando nos últimos anos nos territórios mais convencionais da soul, do R&B ou do hip-hop. Não tenta pregar nenhuma verdade unívoca. Medita, reflecte e tenta compreender, mais do que desejar mandar à cara do ouvinte seja lá o que for. Existe, com ritmos, voz e narrativas subjectivas que tanto remetem para a exploração de pontos de vista sociopolíticos (raça, classe, cultura, género), como para elementos mais introspectivos em torno da perda, das relações afectivas ou da libertação pessoal. “Gone for so long, I prefer to spend time alone with my pain / Gone for so long, I can barely recall, the last my phone ring”, canta em Hvnli. E fá-lo com toda a tranquilidade, sem calorias e maneirismos supérfluos. Caso raro.

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Um álbum fora de tempo. Não tem o rímel a que nos fomos habituando nos últimos anos nos territórios mais convencionais da soul, do R&B ou do hip-hop. Não tenta pregar nenhuma verdade unívoca. Medita, reflecte e tenta compreender, mais do que desejar mandar à cara do ouvinte seja lá o que for. Existe, com ritmos, voz e narrativas subjectivas que tanto remetem para a exploração de pontos de vista sociopolíticos (raça, classe, cultura, género), como para elementos mais introspectivos em torno da perda, das relações afectivas ou da libertação pessoal. “Gone for so long, I prefer to spend time alone with my pain / Gone for so long, I can barely recall, the last my phone ring”, canta em Hvnli. E fá-lo com toda a tranquilidade, sem calorias e maneirismos supérfluos. Caso raro.