E o coronavírus vai desfazer a globalização?

Depois disto, vamos precisar de exigir outra globalização melhor, mais justa e razoável do que esta. Às gerações pós-covid-19 cabe o papel de a inventar.

A minha tese é a de que estes “dias que mudam o mundo” não mudam a opinião de ninguém. Pelo contrário, intensificam as oposições ideológicas que já vêm de trás. Quem é de esquerda vê mais razões para ser de esquerda. Quem é de direita vê mais razões para ser de direita. Os nacionalistas ficam mais convencidos da necessidade do nacionalismo, os cosmopolitas mais convencidos da necessidade do cosmopolitismo. Há vidas inteiras investidas na auto-identificação ideológica, há reputação intelectuais a serem protegidas, há o receio de que o “outro lado” use a crise para fazer vingar irrevogavelmente os seus pontos de vista, e as pessoas retraem-se de reconhecer razões aos outros.

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A minha tese é a de que estes “dias que mudam o mundo” não mudam a opinião de ninguém. Pelo contrário, intensificam as oposições ideológicas que já vêm de trás. Quem é de esquerda vê mais razões para ser de esquerda. Quem é de direita vê mais razões para ser de direita. Os nacionalistas ficam mais convencidos da necessidade do nacionalismo, os cosmopolitas mais convencidos da necessidade do cosmopolitismo. Há vidas inteiras investidas na auto-identificação ideológica, há reputação intelectuais a serem protegidas, há o receio de que o “outro lado” use a crise para fazer vingar irrevogavelmente os seus pontos de vista, e as pessoas retraem-se de reconhecer razões aos outros.