U.S. Girls: a voz conforta, o som liberta, a consciência denuncia

Heavy Light são as girl-groups, soul, Bowie ou Patti Smith, um classicismo danificado para dar sentido ao presente.

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Álbum de intervenção e questionamento, alimenta-se de um classicismo imaculado Jeff Bierk

Começou como viagem solitária. U.S. Girls, estávamos nós nos últimos anos da primeira década do século XXI, eram Meg Remy e um antigo e nem sempre fiável gravador de fita que utilizava para criar as colagens sonoras com que organizava canções. A sua voz, apesar de indefinida e rarefeita, era o centro de onde tudo emanava. Muito foi mudando desde então. Multiplicaram-se os álbuns e as colagens sonoras foram deixando de ser matéria-prima exclusiva, juntando-se a elas os samples, sintetizadores e mais instrumentação. Manteve-se a ideia que acompanha Remy desde o início: uma visão do mundo, visão política no sentido mais lato e justo do termo (o feminismo, uma verve furiosamente questionadora do capitalismo moderno), que surge como inseparável da música.

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Começou como viagem solitária. U.S. Girls, estávamos nós nos últimos anos da primeira década do século XXI, eram Meg Remy e um antigo e nem sempre fiável gravador de fita que utilizava para criar as colagens sonoras com que organizava canções. A sua voz, apesar de indefinida e rarefeita, era o centro de onde tudo emanava. Muito foi mudando desde então. Multiplicaram-se os álbuns e as colagens sonoras foram deixando de ser matéria-prima exclusiva, juntando-se a elas os samples, sintetizadores e mais instrumentação. Manteve-se a ideia que acompanha Remy desde o início: uma visão do mundo, visão política no sentido mais lato e justo do termo (o feminismo, uma verve furiosamente questionadora do capitalismo moderno), que surge como inseparável da música.