OMS recolhe donativos para combater novo coronavírus

Qualquer pessoa, organização ou empresa pode contribuir. A Organização Mundial da Saúde prevê que sejam necessários pelo menos 609 milhões de euros até ao final de Abril para responder à pandemia.

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“Qualquer dólar doado é um dólar que ajuda a salvar vidas”, notou o director executivo da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus epa/SALVATORE DI NOLFI

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um fundo solidário para o qual qualquer pessoa, empresa ou organização pode contribuir para ajudar a combater e investigar o novo coronavírus. O Covid-19 Solidarity Response Fund está acessível a partir de um botão, laranja, no canto superior direito dos sites da OMS e das Nações Unidas (ONU).

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um fundo solidário para o qual qualquer pessoa, empresa ou organização pode contribuir para ajudar a combater e investigar o novo coronavírus. O Covid-19 Solidarity Response Fund está acessível a partir de um botão, laranja, no canto superior direito dos sites da OMS e das Nações Unidas (ONU).

Os donativos remetem a favor da investigação do novo vírus, dos esforços para desenvolver vacinas, do tratamento de doentes (incluindo a compra de máscaras, batas e óculos de protecção), e da formação de profissionais de saúde.

O fundo, criado em parceria com a ONU e a Swiss Philanthropic Foundation, foi divulgado esta sexta-feira pelo director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Com o evoluir da pandemia covid-19, espera-se que aumentem os fundos necessários para todos os países se prepararem e responderem a este surto global”, explicou Tedros Ghebreyesus. Os donativos para o novo fundo “são essenciais para dar resposta às necessidades de financiamento”.

A organização prevê que sejam necessários pelo menos 675 milhões de dólares (o equivalente a 609 milhões de euros) até ao final de Abril para dar resposta à pandemia. Dos fundos recolhidos com o novo site, 95% irão directamente para os esforços de resposta ao novo coronavírus, com 5% do dinheiro a ser usado para suportar o custo da submissão dos donativos.

O director-geral da OMS frisa que “qualquer pessoa pode contribuir” para o novo fundo, sendo que o maior objectivo é garantir que todos os países, particularmente os mais em risco e com sistemas de saúde mais fracos, possam dar resposta à crise global e interromper a transmissão do vírus. Até agora, a OMS tem dependido principalmente do apoio de governos. “Qualquer dólar doado é um dólar que ajuda a salvar vidas”, notou Tedros Ghebreyesus.

Durante a conferência de imprensa desta tarde, Tedros Ghebreyesus disse ainda que a Europa é actualmente o epicentro da epidemia. Reportam-se agora mais casos [na Europa] do que os que se reportaram na China durante o apogeu da epidemia”, continuou o director-geral. Em todo o mundo já morreram mais de cinco mil pessoas, “um marco trágico”, considerou. “Qualquer país que olhe para a nossa experiência noutros países com grandes surtos e pense ‘não vai acontecer connosco’ está a cometer um erro mortífero. Isto pode acontecer a qualquer país.”

O novo fundo de resposta solidária da OMS arranca com o apoio de várias gigantes tecnológicas, incluindo o Facebook e o Google, que lançaram fundos de recolha de fundos paralelos nas suas plataformas. A Microsoft e a Amazon também já se comprometeram a doar um milhão de dólares cada.

“Não podemos ignorar que isto é verdadeiramente um problema global — um que requer respostas verdadeiramente globais”, disse, em comunicado, Elizabeth Cousens, presidente e directora executiva da fundação da ONU. “Comunidades de todo o mundo estão a ser afectadas e as pessoas querem contribuir. Este novo fundo cria um espaço para pessoas de todos os lugares, juntas, combaterem o vírus.”