Tentativas teatrais de fuga a hamburguerias e tuk tuks

Até domingo, Há Dois Anos que Eu Não Como Pargo estará em cena no Montijo, na segunda colaboração entre o autor Miguel Branco e a Companhia Mascarenhas-Martins.

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Miguel Branco inspira-se num imaginário que reconhece na Margem Sul, de filhos da classe média que vivem a “tentar ser durões e chungas”, algo aplicável a qualquer periferia de grandes centros urbanos levi martins

São três amigos em ambiente que se quer suburbano, a viverem juntos e a partilharem uma sala em que se joga futebol numa consola, uma cozinha que é sobretudo frequentada devido às reservas de cerveja no frigorífico e um quintal em que o grelhador parece um altar a uma vida tão despreocupada quanto de horizontes curtos. Há Dois Anos que Eu Não Como Pargo, texto de Miguel Branco com encenação de Levi Martins para a Companhia Mascarenhas-Martins, é um golpe de faca afiada para extrair uma fatia da vida destes três jovens adultos numa fase crítica das suas existências. A altura, digamos assim, do tudo ou nada, da crueza de uma realidade que toma a forma de trabalhos em hamburguerias e tuk tuks, de uma acentuada noção dos dias a esvaírem-se sem promessa de qualquer futuro melhor e a aposta dos três (interpretados por André Alves, João Jacinto e Pedro Nunes) na vaga hipótese de que um deles possa escapar-se a esta desanimadora modorra graças a algum talento para encadear versos em pose de rapper.

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São três amigos em ambiente que se quer suburbano, a viverem juntos e a partilharem uma sala em que se joga futebol numa consola, uma cozinha que é sobretudo frequentada devido às reservas de cerveja no frigorífico e um quintal em que o grelhador parece um altar a uma vida tão despreocupada quanto de horizontes curtos. Há Dois Anos que Eu Não Como Pargo, texto de Miguel Branco com encenação de Levi Martins para a Companhia Mascarenhas-Martins, é um golpe de faca afiada para extrair uma fatia da vida destes três jovens adultos numa fase crítica das suas existências. A altura, digamos assim, do tudo ou nada, da crueza de uma realidade que toma a forma de trabalhos em hamburguerias e tuk tuks, de uma acentuada noção dos dias a esvaírem-se sem promessa de qualquer futuro melhor e a aposta dos três (interpretados por André Alves, João Jacinto e Pedro Nunes) na vaga hipótese de que um deles possa escapar-se a esta desanimadora modorra graças a algum talento para encadear versos em pose de rapper.