Câmara de Aveiro quer reabrir pista de São Jacinto à aviação civil

Ribau Esteves garante estar em conversações com o Exército, a fim de repor o cenário verificado até 2010. E está disponível para investir na infra-estrutura.

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O que está em causa “não é mais um aeroporto”, faz questão de vincar Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, mas sim dar resposta “à aviação de pequeno porte”, nas mais variadas vertentes. O autarca aveirense está apostado em reabrir a pista de São Jacinto à aviação civil e mostra-se disponível para investir na infra-estrutura, que conta com vários anos de abandono. Iniciadas as conversações com o chefe de Estado-Maior do Exército, Ribau Esteves perspectiva um bom desfecho. E já tem planos para aquela pista — um deles passa por convidar o Aeroclube de Aveiro a regressar a “casa”.

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O que está em causa “não é mais um aeroporto”, faz questão de vincar Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, mas sim dar resposta “à aviação de pequeno porte”, nas mais variadas vertentes. O autarca aveirense está apostado em reabrir a pista de São Jacinto à aviação civil e mostra-se disponível para investir na infra-estrutura, que conta com vários anos de abandono. Iniciadas as conversações com o chefe de Estado-Maior do Exército, Ribau Esteves perspectiva um bom desfecho. E já tem planos para aquela pista — um deles passa por convidar o Aeroclube de Aveiro a regressar a “casa”.

Em 2010, e depois de quase 18 anos de utilização civil, a pista instalada no Regimento de Infantaria n.º 10 deixou de poder ser utilizada pelos sócios do aeroclube aveirense. O Exército decidiu denunciar o protocolo que permitia a utilização civil daquela infra-estrutura e que envolvia também a Câmara de Aveiro. Não obstante as tentativas para alcançar um novo acordo, a verdade é que o Aeroclube de Aveiro foi obrigado a encontrar uma nova casa — instalou--se em Espinho — e as negociações entre a autarquia e o Exército nunca chegaram a bom porto.

“Nestes meus seis anos de presidente, e é por eles que posso falar, não podemos esquecer a quantidade de chefes de Estado-Maior do Exército que já tivemos e a turbulência que tem havido no Exército por causa de vários dossiers”, disse Ribau Esteves ao PÚBLICO. Perante isto, tiveram de ser definidas prioridades, explicou, acabando a câmara por preferir dar seguimento à questão do estradão de acesso ao molhe norte — que era de uso exclusivo militar. Mas “nunca esquecendo a abertura da pista”, asseverou o autarca, sem esconder que “havia sempre uma reacção primária, por parte do Exército, muito negativa”.

Junto do actual chefe de Estado-Maior Ribau Esteves garante ter encontrado abertura para reabrir o dossier. Com dois pontos de honra: “colocar uma pedra em cima do passado” e delegar na câmara a definição e apresentação “de propostas- -base de protocolo, de regras e obrigações, com a autarquia a colocar recursos financeiros para investir na qualificação da pista”.

Depois de vários anos sem uso, a “pista está em mau estado, precisa de uma pavimentação que lhe dê a qualidade que ela não tem”, adianta o presidente da autarquia aveirense. Não obstante o pedido para aceder ao local da pista, o PÚBLICO não foi autorizado a verificar em que estado se encontra a infra-estrutura.

Aviação acrobática é uma das apostas

Ribau Esteves gostava de ver o Aeroclube de Aveiro a regressar àquela casa e a tornar-se parceiro da câmara neste processo de reabertura da pista à aviação civil. A ideia agrada aos responsáveis pela colectividade, que foi obrigada a transferir-se para o Norte do distrito. Tanto mais porque, refere Pedro Ferreira, da direcção do aeroclube aveirense, esta reabertura da pista pode significar o retomar “da grande tradição aeronáutica que São Jacinto e a cidade de Aveiro já tiveram”.

Os planos da autarquia passam ainda por poder abrir aquela estrutura a actividades de aviação acrobática, partindo do exemplo do festival já iniciado em 2019, por ocasião do Dunas de São Jacinto. “As pequenas aeronaves que participaram no evento não puderam usar a pista de São Jacinto e tiveram de estar a usar como base os aeródromos de Águeda e Viseu”, denunciou o autarca, que está apostado em “trabalhar este filão dos festivais aéreos”. E não só. “Há hoje cada vez mais grupos de turismo que usam aeronaves ligeiras e que podem passar a ter também em São Jacinto um ponto de paragem”, acrescenta o autarca.

A estas possibilidades de uso poderá juntar-se ainda a vertente das viagens para executivos e empresas. “Esse é outro filão que queremos explorar, sabendo que temos a dimensão empresarial que temos”, prosseguiu Ribau Esteves, que recusa ver estas suas pretensões confundidas com a ideia de criar um novo aeroporto. “Portugal já tem Lisboa, Porto e Faro que são, para mim, os aeroportos-chave, e depois ainda tem um a mais, que é o de Beja”, sustentou, criticando as propostas “para criar um aeroporto em Monte Real ou em Coimbra”.