Hospitais pouco preparados para lidar com homens vítimas de violência sexual

Amadora-Sintra falhou no atendimento a homem vítima de violação. Queixa foi arquivada porque não havia protocolo para homens, apenas para mulheres. Hospital já reviu protocolo, mas DGS não confirma se situação ocorre noutros hospitais.

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Rui Gaudencio

Em Maio de 2019, Diogo procurou a polícia para denunciar uma violação de que tinha sido vítima dois dias antes. Foi logo encaminhado para as urgências do Hospital Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), mas não houve urgência no tratamento ou na recolha de prova e o jovem acabou por ficar seis horas à espera. Foi atendido já de madrugada. No consultório, Diogo, que tem um défice cognitivo, não foi sequer ouvido pela médica, que se dirigiu sempre apenas à mãe. Não lhe foi logo proposta a profilaxia pós-exposição, que impede a transmissão de infecções como o VIH. Sendo tão tarde, o gabinete da Medicina Legal — que tinha estado a postos para atender Diogo, depois de ter sido alertada pela polícia — já só o veio a atender de manhã.

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Em Maio de 2019, Diogo procurou a polícia para denunciar uma violação de que tinha sido vítima dois dias antes. Foi logo encaminhado para as urgências do Hospital Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), mas não houve urgência no tratamento ou na recolha de prova e o jovem acabou por ficar seis horas à espera. Foi atendido já de madrugada. No consultório, Diogo, que tem um défice cognitivo, não foi sequer ouvido pela médica, que se dirigiu sempre apenas à mãe. Não lhe foi logo proposta a profilaxia pós-exposição, que impede a transmissão de infecções como o VIH. Sendo tão tarde, o gabinete da Medicina Legal — que tinha estado a postos para atender Diogo, depois de ter sido alertada pela polícia — já só o veio a atender de manhã.