Alfarrabistas mantêm-se na Rua Anchieta, no Chiado

Livraria Bertrand não se opõe à realização da feira de alfarrabistas e a junta de freguesia de Santa Maria Maior garante que a feira não sairá da zona como circulava nas redes sociais.

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coa Catarina Oliveira Alves

Há cerca de 20 anos que a feira de alfarrabistas ocorre todos os sábados na Rua Anchieta, no Chiado. Atafulhadas de livros diversos, desde edições mais recentes às mais raras, as bancas de 20 alfarrabistas enchem a rua que é contígua à livraria Bertrand do Chiado. Mas, nos últimos dias, sobretudo através das redes sociais, circulava que a livraria Bertrand pretenderia acabar com a feira. Esta, no entanto, negou esta sexta-feira tal intenção, garantindo que “não se opõe à feira”. A assessora de comunicação, Sofia Peralta Lima, acrescentou que também “desconhece qualquer diligência da Câmara nesse sentido”.

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Há cerca de 20 anos que a feira de alfarrabistas ocorre todos os sábados na Rua Anchieta, no Chiado. Atafulhadas de livros diversos, desde edições mais recentes às mais raras, as bancas de 20 alfarrabistas enchem a rua que é contígua à livraria Bertrand do Chiado. Mas, nos últimos dias, sobretudo através das redes sociais, circulava que a livraria Bertrand pretenderia acabar com a feira. Esta, no entanto, negou esta sexta-feira tal intenção, garantindo que “não se opõe à feira”. A assessora de comunicação, Sofia Peralta Lima, acrescentou que também “desconhece qualquer diligência da Câmara nesse sentido”.

Contudo, a assessora admitiu que já existiu uma “situação pontual” de diferendo com os alfarrabistas e que motivou, inclusive, “a apresentação de uma reclamação à autarquia”. Isto porque “durante grande parte do mês de Dezembro, a feira foi estendida a todos os dias da semana”. Um alargamento que, por sua vez, “prejudicou o funcionamento da livraria”, principalmente porque “impediu as entregas dos livros pelas transportadoras”, explicou.

De acordo com Sofia Peralta Lima, os livros trazidos pelos fornecedores - cerca de quatro mil por dia - são “habitualmente entregues no armazém da Bertrand, no nº 17 da Rua Anchieta”, local onde decorre a feira de alfarrabistas. Com o alargamento da feira aos dias úteis, em Dezembro do ano passado, “as entregas tiveram de ser feitas pela porta principal, no nº 73 da Rua Garrett”, explicou. A alteração causou “graves danos, não só pelo atravessamento de várias caixas pela loja”, mas também porque “as devoluções de livros não puderam ser levantadas no armazém”.

A Bertrand considerou “arbitrária” a validação do alargamento da feira, em Dezembro, dadas as consequências para a livraria. No entanto, Sofia Peralta Lima reiterou que a Bertrand não se opõe à existência da feira aos sábados na Rua Anchieta.

Relativamente à reclamação, a Câmara Municipal de Lisboa encaminhou-a para “os organizadores da feira”, ou seja, para a junta de freguesia de Santa Maria Maior. Miguel Coelho, o seu presidente, afirmou esta sexta-feira que se trata de um “não-assunto”. Confirmou que a reclamação foi recebida e que, em Dezembro, foram ao local e pediram a atenção dos alfarrabistas para a situação, tendo tudo sido “resolvido no momento”.

O presidente da junta de Santa Maria Maior assegurou mesmo que “a feira não sai da Rua Anchieta” e que este sábado irá, inclusive, visitar os alfarrabistas.

Texto editado por Ana Fernandes