Quando Claudia Schiffer bate as asas, nascem borboletas em Portugal

A supermodelo alemã ainda não viu as peças finais da colecção Cloudy Butterflies para a Bordallo Pinheiro e Vista Alegre, mas aprovou os protótipos. Em breve, as colecções estarão à venda.

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Uma mesa de jantar com decoração suspensa chama a atenção de quem passa naquele corredor do pavilhão oito da Maison & Objet. A feira termina nesta terça-feira, em Paris. Alguns escolhem olhar mais de perto, outros tiram apenas a fotografia da praxe e seguem caminho para se depararem, dois passos à frente, a admirar as protagonistas do dia: três jarras assinadas pela supermodelo Claudia Schiffer para a portuguesa Vista Alegre.

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Uma mesa de jantar com decoração suspensa chama a atenção de quem passa naquele corredor do pavilhão oito da Maison & Objet. A feira termina nesta terça-feira, em Paris. Alguns escolhem olhar mais de perto, outros tiram apenas a fotografia da praxe e seguem caminho para se depararem, dois passos à frente, a admirar as protagonistas do dia: três jarras assinadas pela supermodelo Claudia Schiffer para a portuguesa Vista Alegre.

Cloudy Butterflies é o nome da colecção da supermodelo alemã para as marcas portuguesas Vista Alegre e Bordallo Pinheiro, à venda a partir de Maio. A top model ainda não teve oportunidade de ver as peças finais. Até sua casa chegaram os protótipos, que foram aprovados. Contudo, acabou por não marcar presença na apresentação oficial da iniciativa. A colaboração, que já havia sido anunciada no final do ano passado, foi apresentada naquela que é uma das maiores feiras internacionais de design e decoração.

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Miguel Manso

Foi um amigo em comum a contar a Nuno Barra, administrador da Vista Alegre e da Bordallo Pinheiro, que Claudia Schiffer tinha uma vasta colecção de cerâmica, na qual se incluíam algumas peças de arte “bordalliana”. Foi há quase dois anos que se iniciaram as negociações. Desde início que a inspiração para a colecção era ponto assente: a natureza. “Uma das coisas que a encanta [a Claudia Schiffer] na Bordallo é o facto de ter este lado naturalista”, revela o administrador das marcas portuguesas, em Paris.

As borboletas foram então o consenso entre as equipas criativas. “Ela gosta sobretudo de peças utilitárias. Tem peças decorativas que usa como utilitárias e peças utilitárias que usa como decorativas”, continua Nuno Barra, que teve oportunidade de privar com a modelo na sua casa, nos arredores de Londres.

Para a Vista Alegre, nasceram três jarras de vidro nas cores que a top model mais utiliza na sua casa: azuis, laranjas, castanhos, entre outras. Na Maison & Objet estão em destaque no stand da Vista Alegre. Os curiosos tocam-lhe para sentir a textura lisa do vidro soprado, onde as cores foram derretidas sem que se misturassem.

Borboletas das Caldas da Rainha

O mestre Bordallo Pinheiro “queria transformar em cerâmica tudo o que via na natureza”, recorda o administrador do grupo. Também a supermodelo de 49 anos, admiradora do legado das Faianças das Caldas da Rainha, quis transformar borboletas em cerâmica. As de Claudia Schiffer estão pousadas na relva do stand da Bordallo Pinheiro. Por cima está uma fotografia da supermodelo, que não deixa indiferente quem passa.

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Miguel Manso

Das muitas borboletas da colecção, todas com carácter utilitário, Nuno Barra garante que a mais desafiante foi a fruteira, pela inclinação das “asas”. Do ponto de vista da pintura, os trabalhos foram redobrados. “As cores tinham de se tornar o mais próximo possível da realidade, das borboletas que ela tinha como referência e não era fácil”, reconhece o administrador. Todas as peças Cloudy Butterflies são pintadas à mão.

As peças para a Bordallo Pinheiro vão dos 60 aos 700 euros. A jarra com borboletas de várias cores surpreende pelo generoso tamanho (que na fotografia pode enganar) e é a peça mais cara.

“Queremos fazer as tendências”

Para este ano, Nuno Barra destaca quatro colecções da Vista Alegre assinadas por nomes da moda e do design: Marcel Wanders, Ross Lovegrove, Sam Baron e, claro, Claudia Schiffer.

Não é a primeira vez que o grupo se une a nomes da indústria. Recordem-se as colecções com a casa Christian LacroixOscar de La Renta ou até o português Siza Vieira, por exemplo. “O ponto de partida é não querermos ser seguidores de tendências, queremos fazer as tendências”, defende o administrador da Vista Alegre e Bordallo Pinheiro. Para fazer tendência, é preciso “trabalhar com quem cria a tendência hoje em dia” e que, neste caso, “são os designers e as marcas de moda”. No caminho para criar tendência importa não perder a identidade da marca. “Se perde a identidade, a marca está morta”, alerta.

Até Maio, quando está prevista a chegada às lojas da colecção Cloudy Butterflies, as peças ainda devem sofrer alguns ajustes. A família de borboletas da Bordallo Pinheiro vai também crescer, adianta Nuno Barra. 

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Miguel Manso

A Bordallo Pinheiro e a Vista Alegre são duas das 114 marcas portuguesas de decoração, mobiliário, design e têxteis que marcam presença na Maison & Objet.

Texto editado por Bárbara Wong

O PÚBLICO viajou a Paris a convite da Vista Alegre