Todas as escolas públicas inglesas terão pensos e tampões grátis

Medida tenta combater barreiras, em particular económicas, que se colocam às alunas durante a menstruação. Mais de 20 mil escolas públicas inglesas poderão encomendar artigos de higiene íntima para distribuí-los gratuitamente.

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Adriano Miranda

A partir desta segunda-feira, 20 de Janeiro, todas as escolas públicas inglesas poderão ter pensos, tampões e outros artigos de higiene íntima disponíveis gratuitamente. A medida do Governo inglês foi anunciada este sábado e surge no sentido de combater situações em que as jovens mulheres se vêem limitadas por não terem dinheiro para pagar estes produtos, o que alguns chamam period poverty, “pobreza do período”.

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A partir desta segunda-feira, 20 de Janeiro, todas as escolas públicas inglesas poderão ter pensos, tampões e outros artigos de higiene íntima disponíveis gratuitamente. A medida do Governo inglês foi anunciada este sábado e surge no sentido de combater situações em que as jovens mulheres se vêem limitadas por não terem dinheiro para pagar estes produtos, o que alguns chamam period poverty, “pobreza do período”.

O programa, financiado pelo departamento de Educação inglês, abrange 20 mil escolas primárias e secundárias, pondo em prática um compromisso assumido no ano passado. Ao facilitar o acesso a este tipo de produtos, a tutela britânica pretende também quebrar estigmas e aumentar a informação sobre menstruação.

“Sabemos que não é fácil para toda a gente ter acesso a produtos para a menstruação onde e quando precisam deles. Este programa vem lidar com estes problemas para que as jovens possam viver as suas vidas sem ficarem para trás”, afirmou Michelle Donelan, ministra da Infância e da Família, em comunicado. Quando foi anunciado, no ano passado, o programa deixava de fora as escolas primárias, algo que foi corrigido depois de vários avisos a alertar que tal deixaria de fora muitas meninas que têm o período cedo, aos oito ou nove anos.

O alerta para a urgência de combater a “pobreza do período” foi dado, no Reino Unido, por Amika George, que começou a campanha Free Periods em 2017. Citada no comunicado do governo inglês, a jovem apela às escolas que “tenham conversas abertas com as estudantes sobre o que elas precisam e comecem a aderir a este programa — nenhuma menina pode ficar de fora”.

Esta medida não é inédita. Em 2018, o Governo da Escócia passou a fornecer produtos de higiene em escolas de todo o país, seguindo-se o País de Gales, no ano passado. Em Março do mesmo ano, o Governo britânico anunciou que também iria disponibilizar produtos de higiene íntima para pacientes no serviço público de saúde.

Estima-se que, ao longo da vida de uma mulher britânica, estes produtos representem uma despesa de 18 mil libras (cerca de 20 mil euros). De acordo com a organização não governamental Plan International, 10% das raparigas do Reino Unido não têm condições para pagar por produtos de higiene íntima. Uma em cada dez falta às aulas regularmente devido à ausência dos mesmos. Citada pelo Guardian, a secretária-geral adjunta da União Nacional de Educação, Rosamund McNeil, afirma que mais de 137 mil alunas não foram à escola em 2018 por causa do período.

O programa inglês, que abrange cerca de 1,7 milhões de alunas, deverá custar até 20 milhões de libras (cerca de 23,5 milhões de euros) em 2020. A partir de segunda-feira, funcionários das escolas poderão encomendar os produtos à PHS, empresa que venceu um concurso público no ano passado. De acordo com o comunicado do Governo inglês, poderão ser encomendados pensos “amigos do ambiente” e produtos reutilizáveis como copos menstruais ou pensos de materiais laváveis.