Troço Alfarelos–Verride vai continuar interrompido devido ao nível das águas

A CP só depois do Natal é que espera reiniciar o serviço entre Coimbra e Figueira da Foz.

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Sergio Azenha

A linha entre Coimbra e Figueira da Foz vai continuar interrompida enquanto não baixar o nível das águas junto à ponte do Marujal (Montemor-O-Velho) para que a Infraestruturas de Portugal (IP) possa identificar os riscos e as reparações necessárias.

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A linha entre Coimbra e Figueira da Foz vai continuar interrompida enquanto não baixar o nível das águas junto à ponte do Marujal (Montemor-O-Velho) para que a Infraestruturas de Portugal (IP) possa identificar os riscos e as reparações necessárias.

Em comunicado, a empresa diz que os seus técnicos visitaram ontem, dia 23 de Dezembro, a ponte do Marujal onde a corrente do rio Arunca (afluente do Mondego) desguarneceu parte do aterro que sustenta a via férrea e um dos pilares da ponte.

“As águas do rio estão ainda a cerca de três metros acima da base do aterro pelo que, enquanto as mesmas não baixarem, não é possível confirmar com a necessária exactidão a extensão dos danos ou implementar qualquer solução”, explica a IP.

O mesmo documento diz que “a solução a desenvolver terá como pressuposto ser de rápida concretização tendo em vista uma pronta reposição das condições de segurança e circulação”.
Por parte da CP, a empresa só depois do Natal é que espera reiniciar o serviço entre Coimbra e Figueira da Foz, com um transbordo rodoviário entre as estações de Alfarelos e Verride. No entanto, depara-se com problemas operacionais porque entre Figueira da Foz e Verride não há energia eléctrica na catenária. 

Já para a linha do Oeste, a empresa decidiu, simplesmente, suprimir o serviço Caldas da Rainha – Coimbra em todo o seu trajecto até 5 de Janeiro. 

O PÚBLICO perguntou à empresa por que motivo não assegurava a sua oferta regular entre a linha do Oeste e Verride, dado que não há neste troço quaisquer obstáculos provocados pelas intempéries, mas não obteve resposta.

Entretanto, a Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste escreveu ao presidente da CP, Nuno Freitas, questionando-o sobre a supressão total de comboios, tendo em conta que o serviço poderia ser efectuado, pelo menos, até ao Louriçal.

“Nada justifica que os utentes para o percurso entre Caldas da Rainha e Louriçal e vice-versa fiquem privados, naqueles horários, das ligações que habitualmente podem ser usadas, ainda para mais nesta época do ano”, escreve o presidente da referida comissão, José Rui Raposo, que considera “incompreensível” o facto de a CP não assegurar parte do serviço em autocarro.

“Uma coisa é a CP não poder assegurar a circulação de composições a partir de determinado ponto da linha na ligação a Alfarelos; outra, é aproveitar este facto para suprimir horários nas ligações a juzante, quando as poderia manter, sem causar prejuízos aos utentes”, conclui. 

O troço da linha do Oeste a norte das Caldas da Rainha esteve prestes a fechar em 2011, na sequência da intervenção da troika, mas a pressão das populações e dos autarcas impediu que tal acontecesse, tendo a CP implementado então um novo horário com comboios directos a Coimbra que se revelou um sucesso.