Os homens do padre

Pedofilia na Igreja: quando o cinema se confunde com comentário de assuntos da actualidade e o tema faz o filme.

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Pedofilia na Igreja: como ficar indiferente? Impossível, claro, e o calculismo de Ozon sabe-o perfeitamente

Um daqueles “filmes-acontecimento” a que François Ozon de vez em quando não resiste, em que o cinema se confunde com “comentário de assuntos da actualidade” e o tema faz o filme. Leitores atentos saberão que, irregular como é, preferimos Ozon quando faz o contrário disto — por exemplo quando, como em Frantz (o seu melhor em muito anos), se põe a refazer Lubitsch e a mergulhar em histórias melancólicas sobre traumas da I Guerra. Mas Graças a Deus é o filme que há agora, e para todos os efeitos, é um filme “de agora” (como o atesta o Urso de Prata ganho em Berlim, festival sempre atento à actualidade temática). Baseia-se num caso verídico, que abalou recentemente as estruturas eclesiásticas e a opinião pública francesas: as denúncias em massa dos abusos sexuais sobre crianças cometidos ao longo de décadas por um padre de Lyon (que, de resto, tentou proibir judicialmente a estreia do filme).

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Um daqueles “filmes-acontecimento” a que François Ozon de vez em quando não resiste, em que o cinema se confunde com “comentário de assuntos da actualidade” e o tema faz o filme. Leitores atentos saberão que, irregular como é, preferimos Ozon quando faz o contrário disto — por exemplo quando, como em Frantz (o seu melhor em muito anos), se põe a refazer Lubitsch e a mergulhar em histórias melancólicas sobre traumas da I Guerra. Mas Graças a Deus é o filme que há agora, e para todos os efeitos, é um filme “de agora” (como o atesta o Urso de Prata ganho em Berlim, festival sempre atento à actualidade temática). Baseia-se num caso verídico, que abalou recentemente as estruturas eclesiásticas e a opinião pública francesas: as denúncias em massa dos abusos sexuais sobre crianças cometidos ao longo de décadas por um padre de Lyon (que, de resto, tentou proibir judicialmente a estreia do filme).