Do amianto às baratas. Estudantes de Letras de Lisboa protestam contra falta de condições

Alunos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa manifestaram-se contra o estado da instituição.

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Cerca de 30 estudantes manifestaram-se esta segunda-feira à entrada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) contra a degradação das condições da instituição e problemas que afectam o ensino superior.

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Cerca de 30 estudantes manifestaram-se esta segunda-feira à entrada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) contra a degradação das condições da instituição e problemas que afectam o ensino superior.

“O objectivo do protesto é darmos voz aos estudantes por causa dos inúmeros problemas que temos na nossa faculdade”, explicou ao PÚBLICO Sara Gonçalves, dirigente da Associação de Estudantes da FLUL.

São vários os problemas apontados pelos alunos da FLUL. “Temos um pavilhão supostamente novo que já era provisório em 1970, que tem amianto no telhado, janelas partidas, e onde a temperatura é insuportável no Verão. Têm surgido pragas de ratos e de baratas e no edifício principal temos várias falhas estruturais graves”, diz Sara Gonçalves.

Os alunos queixam-se também de projectores nas salas de aula que não funcionam, de horas de espera nos serviços académicos e da insuficiência de casas de banho, que estão muitas vezes em manutenção. “Faculdades a cair, é preciso investir” foi uma das mensagens mais ouvidas no protesto. 

Mais alojamento, mais financiamento e mais bolsas, pediam os cartazes empunhados pelos alunos. “A acção social não existe em Portugal”, “para a banca vão milhões, para o ensino são tostões”, cantava-se.

O aumento dos preços no refeitório (a refeição aumentou para 2,75 euros no ano passado), alterações no calendário escolar, a “insuficiência da acção social escolar” e a “falta de alojamento para os estudantes deslocados” são outras preocupações da Associação de Estudantes da FLUL​. “Ninguém nos ouve. Já falámos várias vezes com a direcção da faculdade, também já nos reunimos com o Ministério do Ensino Superior e com o Ministério da Educação, mas nunca nos dão respostas. A única solução que temos enquanto estudantes é juntarmo-nos e lutarmos contra estes problemas.”

Texto editado por Pedro Rios