Teresa Leal Coelho atribui decisão da concelhia do PSD ao “grande nervosismo interno” do partido

Concelhia de Lisboa do PSD retirou confiança política a Teresa Leal Coelho. A vereadora social-democrata desvaloriza a decisão e fala em golpe palaciano.

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Teresa Leal Coelho exerce o seu actual mandato de vereadora desde 2017 LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A ex-deputada do PSD e actual vereadora em Lisboa, Teresa Leal Coelho, desvaloriza a decisão da concelhia de Lisboa do PSD lhe retirar a confiança política. Para a vereadora social-democrata​ PSD, a decisão deve-se aos períodos conturbados de “grande nervosismo interno” que o PSD enfrenta. Em causa está o facto de a vereadora ter votado a favor da recondução do ex-vereador do Urbanismo Manuel Salgado à presidência do conselho de administração da empresa municipal SRU — Sociedade de Reabilitação Urbana, desrespeitando a orientação de voto indicada pela concelhia, e permitindo a aprovação da proposta.

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A ex-deputada do PSD e actual vereadora em Lisboa, Teresa Leal Coelho, desvaloriza a decisão da concelhia de Lisboa do PSD lhe retirar a confiança política. Para a vereadora social-democrata​ PSD, a decisão deve-se aos períodos conturbados de “grande nervosismo interno” que o PSD enfrenta. Em causa está o facto de a vereadora ter votado a favor da recondução do ex-vereador do Urbanismo Manuel Salgado à presidência do conselho de administração da empresa municipal SRU — Sociedade de Reabilitação Urbana, desrespeitando a orientação de voto indicada pela concelhia, e permitindo a aprovação da proposta.

“Essa deliberação não produz efeito jurídico e nem tão pouco qualquer efeito político”, afirma a vereadora esta quarta-feira, em entrevista à rádio Observador. “Isto não é uma deliberação do PSD, isto é uma deliberação da concelhia do PSD que não me acompanhou na eleição a vereadora da Câmara Municipal de Lisboa”, distingue, lembrando a falta de apoio da concelhia.

Teresa Leal Coelho lembra que o PSD “passa neste momento por um processo eleitoral interno” e que, por isso, se vivem “momentos de grande nervosismo interno em que as várias facções do PSD se digladiam internamente em razão daquilo que acontecerá ainda esta semana nas eleições para a distrital e depois mais adiante nas eleições para a nacional”.

A vereadora não pretende afastar-se do cargo e afirma que irá exercer o mandato até ao fim. “Estou no exercício do mandato que me foi conferido pelos cidadãos eleitores, que é um mandato de quatro anos. Sou fiel ao PSD, sou fiel ao meu programa que apresentei a eleições há dois anos e, por isso mesmo, vou continuar no exercício destas funções com toda a tranquilidade e com toda a serenidade”, diz.

“Dei a cara como cabeça de lista do PSD. Nada mudou sobre essa matéria. Esta decisão da concelhia foi tomada por nove pessoas que nem sequer foram eleitas para os cargos que estão a exercer”, declara. “Também no seio desta concelhia já aconteceram anteriores golpes palacianos que levaram à demissão do presidente da concelhia eleito, do presidente da assembleia de concelhia e até de José Eduardo Martins que foi eleito para liderar na Assembleia Municipal”, lembra.

“Isto é um modus operandi de um conjunto de pessoas que estão ligadas ao PSD e que vão afastando aquelas que estão eleitas, desenvolvendo um conjunto de tropelias que não dignifica o PSD e que o PSD não reconhece”, atira. “Fui durante seis anos vice-presidente do PSD, orgulho-me muito, continuo militante, continuo com apego aos ideais sociais-democratas.”

“Na base da decisão estará porventura esse comunicado que foi feito já depois da data em que esta deliberação seria tomada. Mas a questão é que efectivamente pode ter as orientações políticas que bem entender. Poderei ponderar posições ou orientações, venham da concelhia de Lisboa, da distrital ou da nacional, mas exercerei o meu cargo em consciência com aquelas que são as minhas convicções”, continua Teresa Leal Coelho.

A vereadora social-democrata defende o seu voto para recondução do ex-vereador do Urbanismo Manuel Salgado na presidência do conselho de administração da empresa municipal SRU — Sociedade de Reabilitação Urbana e diz que a empresa “apenas executa obras que são deliberadas pela Câmara Municipal de Lisboa”. Teresa Leal Coelho vinca ainda que há um ano viabilizou “a retirada de poder à SRU, designadamente poder de licenciamento”.