O regresso das Linhas Aéreas de Moçambique: Maputo-Lisboa levanta voo em 2020

Companhia aérea moçambicana confirmou o retomar dos voos, interrompidos há oito anos.

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Os voos da LAM Maputo-Lisboa recomeçam em Março Nuno Ferreira Santos

A partir de Março, a LAM – Linhas Aéreas de Moçambique retoma a ligação aérea entre Maputo e Lisboa, confirmou a empresa. 

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A partir de Março, a LAM – Linhas Aéreas de Moçambique retoma a ligação aérea entre Maputo e Lisboa, confirmou a empresa. 

Serão três voos semanais, no período da noite, a realizar às quartas, sextas e domingos com partida de Maputo; e às terças, quintas e sábados com partida de Lisboa. Os horários são pensados para permitir outras ligações aéreas dentro de Moçambique.

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A LAM estava ausente do espaço europeu desde 2011, ano em que entrou para a lista das companhias proibidas de voar na Europa por motivos de segurança (manteve um voo com aparelho da EuroAtlantic para Lisboa mas acabou por desistir). A companhia saiu da lista negra em 2017 e começou a preparar o regresso ao espaço europeu, que agora acontecerá via Lisboa.

Os voos serão realizados em cooperação com a companhia aérea privada portuguesa Hi Fly, proprietária do Airbus A340-300 que será utilizado e que tem uma “capacidade de 267 lugares, sendo 213 na classe económica, 42 na económica premium e 12 na executiva”, informam em comunicado.

“Reentramos nesta rota por entender a necessidade de satisfazer um desejo forte de clientes amigos que há muito aguardavam pelos nossos voos directos”, comenta, em comunicado, o director geral da LAM, João Carlos Pó Jorge. 

O regresso da LAM foi apresentado oficialmente esta segunda-feira em Lisboa, tendo Pó Jorge avançado, segundo a Lusa, que a empresa está a tentar negociar com a TAP uma parceria que permita passar os voos a diários (ou quase).

“Queremos, se possível, fazer uma parceria com a TAP para servir um voo directo quase que diário, com alternativas, de forma a que cada pessoa possa ir num dia e vir no outro, ou daí por dois dias, e não ter de esperar dois, três dias para que aconteça outro voo”, afirmou. “Estamos em conversa e a tentar repor uma relação que havia de longa data e que, tecnicamente, deixou de funcionar, há cerca de dois anos”, adiantou. 

O responsável espera que os voos diários existam em “três, quatro” anos, com o code-share a permitir que “uma pessoa possa comprar um voo desde o Porto até Nampula, por exemplo. Mas também vice-versa, que possa comprar desde Pemba até ao Porto, ou até Nova Iorque ou Londres”.

Para o primeiro ano, o director-geral da LAM espera “entre 12 a 14 mil passageiros”, apostando no “mercado étnico entre Moçambique e Portugal, a diáspora moçambicana, que foi na verdade quem fez muita pressão para que este voo acontecesse”, comentou, destacando ainda as viagens de trabalho, muitas delas que deverão ter origem nas crescentes indústrias do petróleo e gás – Pó Jorge lembra que a “portuguesa Galp é uma das empresas presentes”.

Mas há mais um objectivo: ir “buscar aquele grupo de pessoas que está cá [em Portugal], que saiu de Moçambique há muitos anos, e que pensamos que vai começar a voltar para visitar” o país.