Golfinhos em tanques de betão

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Marie Planeille

Em Content Provider, o comediante britânico Stewart Lee explica que se se colocarem golfinhos em tanques de betão, os seus ultra-sons reflectem de tal forma que os bichos acabam por enlouquecer. Os humanos de olhos em ecrãs do século XXI, diz ele, vivem como golfinhos em tanques de betão. Porém, pior é a natureza dos sons emitidos, é esta doença hoje tão comum de procurar apenas o que confirme o que julgamos saber e que amplifique os nossos preconceitos. O Outro não é alguém diferente, é um ser errado, algo a combater e, no limite, a exterminar. E vai de escavar trincheiras cada vez mais profundas, escuras e enlameadas — “mas, pelo menos, estamos em segurança”, justifica o que escava.

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Em Content Provider, o comediante britânico Stewart Lee explica que se se colocarem golfinhos em tanques de betão, os seus ultra-sons reflectem de tal forma que os bichos acabam por enlouquecer. Os humanos de olhos em ecrãs do século XXI, diz ele, vivem como golfinhos em tanques de betão. Porém, pior é a natureza dos sons emitidos, é esta doença hoje tão comum de procurar apenas o que confirme o que julgamos saber e que amplifique os nossos preconceitos. O Outro não é alguém diferente, é um ser errado, algo a combater e, no limite, a exterminar. E vai de escavar trincheiras cada vez mais profundas, escuras e enlameadas — “mas, pelo menos, estamos em segurança”, justifica o que escava.