Jerónimo avisa que maioria absoluta PS “não é perigo afastado, é possibilidade real”

O líder do PCP recusou comentar “pessoas”, quando questionado pela indigitação pelo primeiro-ministro da antiga ministra e eurodeputada e actual vice-governadora da Banco de Portugal, Elisa Ferreira, para ocupar uma pasta na próxima Comissão Europeia

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Jerónimo de Sousa LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

O secretário-geral comunista alertou nesta terça-feira que um cenário de maioria absoluta do PS nas eleições legislativas de 6 de Outubro “não é um perigo afastado, é uma possibilidade real”, considerando que tal é “retroceder” em direitos e rendimentos.

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O secretário-geral comunista alertou nesta terça-feira que um cenário de maioria absoluta do PS nas eleições legislativas de 6 de Outubro “não é um perigo afastado, é uma possibilidade real”, considerando que tal é “retroceder” em direitos e rendimentos.

Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas após uma visita e reunião na Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em Lisboa, a 25 dias do arranque oficial da campanha eleitoral.

“No plano mais geral, esta aprovação, com o aval do PSD e do CDS da legislação laboral, também tem uma marca, uma marca de classe, que demonstra que em certas situações o PS não se liberta da política de direita. Portanto, maioria absoluta: retroceder nos avanços. Insisto, sem querer fazer um juízo de intenções, não é um perigo afastado, é uma possibilidade real. Tendo em conta todo o histórico e que o PS faz escolhas e as escolhas últimas não foram boas”, disse.

O líder do PCP recusou comentar “pessoas”, quando questionado pela indigitação pelo primeiro-ministro da antiga ministra e eurodeputada e actual vice-governadora da Banco de Portugal, Elisa Ferreira, para ocupar uma pasta na próxima Comissão Europeia, pois, “mais que um nome” ou o facto de ser uma cidadã portuguesa, “preocupam as políticas que vão ser realizadas pela instituição”, cujas “grandes linhas orientadoras” se mantêm de matriz “social-democracia e de direita”.

Jerónimo de Sousa sublinhou ainda que “nem sempre estes lugares preenchidos por portugueses, nos últimos anos, levaram ao benefício do país”.

“Nós não temos ilusões. Sem o aumento da produção nacional, o país está condenado ao atraso. É por isso mesmo que, faltando dar resposta a estes problemas estruturais, mas, simultaneamente, não abdicando de uma vida melhor para quem trabalha ou trabalhou, creio que é um objectivo que encaixa bem e que leva a esta compreensão da importância da CDU. O povo português é que vai ser o juiz”, concluiu, apelando ao voto na coligação que une comunistas e ecologistas.