Podia ser só cinema. É a realidade meio distópica no planeta Terra

O cinema enquanto auxiliar de viagem, um livro urgente acerca dos efeitos reais das alterações climáticas; e como uma mulher usa a tradição para criar uma estética sobre a violência exercida sobre género e raça.

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Estela Silva

Muitos acasos me têm levado ao longo deste ano até ao livro The Uninhabitable Earth: A History of the Future, do jornalista norte-americano David Wallace-Wells. A última foi o encontro com o seu autor na Flip, a feira do livro de Paraty. Ele em palco e muitos dos presentes ainda não bem alerta para a pertinência e a urgência da informação que reuniu neste volume que é até agora um dos melhores livros de não-ficção de 2019. Não-ficção, sim, ainda que haja momentos em que pareça uma lúcida distopia fantasiosa. Em causa está o que Wallace-Wells chama de rapidez da mudança provocada pelo aquecimento global. “Não sou ambientalista, tão pouco me vejo como alguém particularmente ligado à natureza”, começa por dizer”, antes de contar como começou a coleccionar reportagens sobre alterações climáticas e a chegar a factos alarmantes. Por exemplo, que as Nações Unidas calculam que em 2050 existam 200 milhões de refugiados do clima. É apenas uma das informações que o fizeram investigar este momento da Terra e perceber — outro exemplo — que o discurso já tão complexo sobre a crise dos refugiados é ultrapassado a cada dia pela velocidade da mudança do planeta. Um livro urgente. Traduzam-no em Portugal

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Muitos acasos me têm levado ao longo deste ano até ao livro The Uninhabitable Earth: A History of the Future, do jornalista norte-americano David Wallace-Wells. A última foi o encontro com o seu autor na Flip, a feira do livro de Paraty. Ele em palco e muitos dos presentes ainda não bem alerta para a pertinência e a urgência da informação que reuniu neste volume que é até agora um dos melhores livros de não-ficção de 2019. Não-ficção, sim, ainda que haja momentos em que pareça uma lúcida distopia fantasiosa. Em causa está o que Wallace-Wells chama de rapidez da mudança provocada pelo aquecimento global. “Não sou ambientalista, tão pouco me vejo como alguém particularmente ligado à natureza”, começa por dizer”, antes de contar como começou a coleccionar reportagens sobre alterações climáticas e a chegar a factos alarmantes. Por exemplo, que as Nações Unidas calculam que em 2050 existam 200 milhões de refugiados do clima. É apenas uma das informações que o fizeram investigar este momento da Terra e perceber — outro exemplo — que o discurso já tão complexo sobre a crise dos refugiados é ultrapassado a cada dia pela velocidade da mudança do planeta. Um livro urgente. Traduzam-no em Portugal