Gastão Cruz vence primeiro Grande Prémio de Poesia Maria Amália Vaz de Carvalho

Existência venceu por maioria a edição inaugural deste prémio atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores.

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Gastão Cruz Miguel Manso

O recém-criado Grande Prémio de Poesia Maria Amália Vaz de Carvalho, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), foi esta quinta-feira atribuído ao livro Existência, de Gastão Cruz, publicado em 2017 pela Assírio & Alvim.  

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O recém-criado Grande Prémio de Poesia Maria Amália Vaz de Carvalho, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), foi esta quinta-feira atribuído ao livro Existência, de Gastão Cruz, publicado em 2017 pela Assírio & Alvim.  

Atribuído agora pela primeira vez, este prémio, que tem uma dotação monetária de 12.500 euros e é patrocinado pela Câmara Municipal de Loures, vem assim distinguir o mais recente título da vasta bibliografia poética de Gastão Cruz, inaugurada em 1961, quando o autor não tinha ainda vinte anos, com o livro A Morte Percutiva, publicado na influente edição colectiva Poesia 61.

A escolha de Existência foi decidida por maioria, tendo o poeta e crítico António Carlos Cortez e a investigadora Rita Patrício votado na obra de Gastão Cruz, ao passo que o ensaísta Fernando J. B. Martinho preferiu o volume A Noite Imóvel, de Luís Quintais, publicado já este ano na Assírio & Alvim.

Também ensaísta, crítico literário e tradutor, além de professor e encenador, Gastão Cruz, nascido em Faro em 1941, é autor de um dos mais relevantes trajectos da poesia portuguesa contemporânea, marcado por um esforço de renovação e autonomização da linguagem poética, que também passa pela reinvenção de algumas formas clássicas, e por um particular cuidado na construção formal dos poemas e na sua articulação dentro de cada livro.

A dimensão autobiográfica é mais explícita nos seus livros mais recentes, sobretudo a partir de Crateras (2000) e Rua de Portugal (2002), este último também premiado pela APE, mas se a memória e o envelhecimento são tópicos recorrentes em Existência, a reflexão em torno do tempo, explícita num título de 2006, A Moeda do Tempo, atravessa toda a sua obra.