Sardenha: uma ancestral energia dionisíaca

O trágico caminho que Macbeth descreve até ao trono da Escócia é deslocado por Alessandro Serra para a Sardenha dos carnavais – inquietante, fascinante e grotesca

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Alessandro Serra

Ninguém parece saber muito bem que origem terá e há quanto tempo durará. Dir-se-ia que existe desde sempre, com essa mesma natureza perturbadora, tão fascinante quanto ameaçadora, como se juntasse vida e morte num só sopro, numa tradição com máscaras grotescas e comportamentos que não conhecem limites. O Carnaval — ou os vários carnavais, que se estendem por mais de um mês, avançando por várias localidades — na região de Barbagia, na Sardenha, convoca personagens que desfilam pelas ruas num ritual pagão misterioso, em que o perigo parece estar sempre presente atrás das máscaras e de um sentido oculto, alimentado por cantos e danças invariavelmente infiltrados por alguma desordem e por lendas como a de Ilonzana, mulher velha, feia e trajada de negro que, na localidade de Ottana, se acredita ser responsável pelos destinos de homens e mulheres, podendo matar quem se recusar a pagar-lhe uma bebida.

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Ninguém parece saber muito bem que origem terá e há quanto tempo durará. Dir-se-ia que existe desde sempre, com essa mesma natureza perturbadora, tão fascinante quanto ameaçadora, como se juntasse vida e morte num só sopro, numa tradição com máscaras grotescas e comportamentos que não conhecem limites. O Carnaval — ou os vários carnavais, que se estendem por mais de um mês, avançando por várias localidades — na região de Barbagia, na Sardenha, convoca personagens que desfilam pelas ruas num ritual pagão misterioso, em que o perigo parece estar sempre presente atrás das máscaras e de um sentido oculto, alimentado por cantos e danças invariavelmente infiltrados por alguma desordem e por lendas como a de Ilonzana, mulher velha, feia e trajada de negro que, na localidade de Ottana, se acredita ser responsável pelos destinos de homens e mulheres, podendo matar quem se recusar a pagar-lhe uma bebida.