“Não há compra, nem venda” da Media Capital, mas “há sempre interessados”

TVI manifestou tranquilidade em relação à perda de audiências para SIC, um ano depois da compra da Media Capital não ter sido realizada pela Altice. Parceria com Eleven Sports mantém-se: um jogo por semana da Liga dos Campeões continuará a ser transmitido no quarto canal, em sinal aberto.

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Nuno Ferreira Santos/arquivo

A directora executiva da Media Capital disse, esta quarta-feira, que há “sempre meios interessados” na aquisição do grupo de comunicação social dono da TVI, mas que o negócio não concretizado com a Altice em Junho de 2018 é um assunto encerrado. “A venda acabou por não acontecer, há um ano, porque a Autoridade da Concorrência negou”, disse ao PÚBLICO Rosa Cullell.

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A directora executiva da Media Capital disse, esta quarta-feira, que há “sempre meios interessados” na aquisição do grupo de comunicação social dono da TVI, mas que o negócio não concretizado com a Altice em Junho de 2018 é um assunto encerrado. “A venda acabou por não acontecer, há um ano, porque a Autoridade da Concorrência negou”, disse ao PÚBLICO Rosa Cullell.

Numa altura em que a TVI continua a registar audiências mais baixas do que a SIC, “não há compra, nem venda” no horizonte, assegura a directora executiva da Media Capital.

A TVI anunciou, esta quarta-feira, a renovação do contrato com a Eleven Sports para os próximos dois anos, em que continuará transmitir um jogo por semana da Liga dos Campeões.

À margem deste anúncio, em conferência de imprensa, os responsáveis da TVI salientaram que “não há outro produto que alcance os dois milhões de espectadores em directo”. A Champions, que terá a partir da próxima temporada transmissão em alta definição (HD),​ “é um conteúdo inigualável”, afirmou o director geral de programas e antena, Bruno Santos.

O director de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, destacou que os conteúdos pré e pós-jogos da Liga dos Campeões asseguraram a liderança do canal informativo da estação na rede cabo.

Sobre audiências, a directora executiva da Media Capital diz que “umas vezes ganha-se, outras perde-se”. “Nós continuamos a acreditar em coisas como é a Champions. Vamos continuar a lutar para aumentar o share. Ganhámos constantemente durante muitos anos e não nos perguntavam o motivo: é ter uma empresa sólida, com saúde económica e financeira e uma equipa boa e trabalhadora”, afirma ao PÚBLICO Rosa Cullell sobre a Prisa, que é a participante maioritária do grupo Media Capital desde 2007.

O contrato de compra e venda da Media Capital pela Altice expirou a 15 de Junho de 2018. A empresa detentora das telecomunicações da MEO anunciou a intenção de comprar 94,69% da dona da TVI a 14 de Julho de 2017 por 440 milhões de euros. A Prisa, detentora do jornal espanhol El País, iria lucrar 321 milhões de euros com o negócio, que acabou chumbado pela Autoridade da Concorrência em Maio de 2018. Este ano, a SIC ultrapassou a TVI nas audiências mensais, algo que não acontecia há 12 anos e meio.

“Continuo a acreditar que o prime time é importante para a televisão hoje em dia. O nosso concorrente perdeu durante muitos anos e agora ganhou. Temos que estar disponíveis para perder, ganhar e acreditar na equipa que temos”, reforçou a gestora, que se mostrou optimista face à liderança da SIC, com Cristina Ferreira desde Janeiro, em vários momentos do dia. “Os rostos mudam e têm direito a ir para outros lugares. Temos de continuar a trabalhar, conseguir outros rostos, construi-los também.”

Para o futuro deste acordo renovado entre TVI e Eleven Sports, os directores do quarto canal aguardam pela qualificação do FC Porto à fase de grupos, para se juntar ao Benfica no lote de equipas portuguesas em prova. Os “dragões” terão de disputar a terceira pré-eliminatória e o play off de acesso à prova milionária.

TDT talvez não, plataformas digitais e internacionais sim

A directora executiva da Media Capital diz ter “grandes dúvidas” sobre a possibilidade de haver mais mercado para a empresa entrar nos conteúdos disponibilizados pela Televisão Digital Terrestre (TDT). A gestora assume não estar “convencida de que seja importante” a Media Capital entrar no concurso público para a atribuição de duas novas licenças de televisão, ainda não aberto pelo Governo. A abertura de um canal de informação e outro de conteúdos desportivos são hipóteses em cima da mesa.

Por outro lado, para Rosa Cullell, o que poderá ser mais atractivo para a Media Capital são as plataformas. “Temos casos de sucesso dentro do grupo e estamos a crescer no digital todos os dias. Temos de apostar numa televisão diferente e estar abertos a isso. Porque não lançar uma plataforma própria e internacional?”, sugeriu a directora executiva do grupo de comunicação, que anteriormente já levantou a possibilidade de produzir séries em português para a Netflix, com actores da Plural, produtora do mesmo grupo.