Uma viagem pela beleza e problemas da Patagónia com Céline Cousteau

Série documental protagonizada por Céline Cousteau estreia-se este domingo no canal Odisseia. Os dois primeiros episódios são sobre a Patagónia.

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Em 1972, enquanto o explorador francês Jacques Cousteau fazia uma expedição pela Patagónia, nascia a sua neta Céline Cousteau. Mais de 40 anos depois, é agora ela quem faz uma expedição à mesma região e mostra-a na série documental No Mundo com Céline Cousteau, que se estreia este domingo às 16h no canal Odisseia. Ao longo da série, a exploradora conta histórias de apaixonados pela biodiversidade e faz questão de repetir um dos ensinamentos do seu avô: “As pessoas protegem melhor aquilo que amam”, afirma ao longo do primeiro episódio.

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Em 1972, enquanto o explorador francês Jacques Cousteau fazia uma expedição pela Patagónia, nascia a sua neta Céline Cousteau. Mais de 40 anos depois, é agora ela quem faz uma expedição à mesma região e mostra-a na série documental No Mundo com Céline Cousteau, que se estreia este domingo às 16h no canal Odisseia. Ao longo da série, a exploradora conta histórias de apaixonados pela biodiversidade e faz questão de repetir um dos ensinamentos do seu avô: “As pessoas protegem melhor aquilo que amam”, afirma ao longo do primeiro episódio.

“O meu nome é Céline Cousteau e sei que o tempo está a esgotar-se. O planeta é frágil e precisa de nós mais do que nunca.” É assim que a exploradora franco-americana de 47 anos se apresenta no primeiro episódio de No Mundo com Céline Cousteau. Como tal, decidiu fazer uma série documental com expedições em lugares emblemáticos e mostrar a beleza e fragilidade da Terra.

“Acho que há tantas histórias espectaculares no mundo… Agora tive oportunidade de contá-las e voltar às minhas raízes”, assinala ao PÚBLICO Céline Cousteau por telefone. A exploradora visitou a Patagónia pela primeira vez por volta de 2010, mas o mais simbólico para si é o facto de o seu avô ter feito uma expedição nessa região no ano do seu nascimento. “Foi uma motivação para começarmos neste local.”  

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A expedição à Patagónia é apresentada em dois episódios de 60 minutos. Com partida da ilha de Chiloé – a porta de entrada na Patagónia –, nesta aventura percorrem-se três mil quilómetros da costa chilena a bordo de um veleiro. No primeiro episódio “Patagónia, Mar de Gelo” podem ver-se imagens de golfinhos, focas e baleias. “A Patagónia é um céu para a biodiversidade”, diz alguém. Mas, não se esquecem os problemas que a biodiversidade tem enfrentado como a caça à baleia. “As baleias já deram muito dinheiro”, refere-se ironicamente.

A certa altura, visitam-se tanques de aquacultura de salmão no Chile, que é o segundo país com maior produção deste peixe do mundo. Contudo, questionam-se os impactos ambientais que isso pode causar, como o alastramento dos antibióticos para outros ecossistemas a partir da comida dada aos peixes em cativeiro. E, durante o episódio, os testes confirmam-no: há antibióticos em fezes de leões-marinhos que vivem perto dos tanques de aquacultura.

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Há várias imagens sobre a biodiversidade da Patagónia DR

Além de questionar os impactos ambientais, Céline Cousteau – que fala fluentemente francês, espanhol e inglês – conta histórias de cientistas e outras pessoas apaixonadas pela biodiversidade. “Quisemos explorar quem trabalha no terreno e a sua paixão em salvar o planeta. Podem ser cientistas que estejam a fazer uma investigação ou pessoas que estejam no local a proteger o ambiente”, indica a exploradora. “Esta não é só uma oportunidade de partilhar histórias, mas sim de partilhar histórias positivas.”

Ao longo deste episódio, há cientistas que estudam as vocalizações das baleias e explicam como o ruído das embarcações pode ser perigoso e outros que descobrem novas espécies de seres vivos nos fiordes da Patagónia. Entre esses investigadores há algo em comum (além da protecção da Patagónia): tiveram a inspiração de Jacques Cousteau (1910-1997). Inventor, explorador e realizador, foi sobretudo um divulgador dos oceanos através dos seus livros e filmes. “Em todo o lado ouvia pessoas a dizer que cresceram com o meu avô ou que ele as inspirou a fazer aquilo que fazem hoje em dia. É importante não só relembrá-lo como também recordar o seu contributo para o planeta.”  Por volta dos anos 70, Jacques Cousteau começou a mostrar-se preocupado com o ambiente marinho.

Talvez no Mediterrâneo

No segundo episódio, “Patagónia, Terra de Fogo” – que se estreará a 30 de Junho às 16h –, Céline Cousteau explora a Patagónia por terra. Segundo o site do canal Odisseia, a exploradora vai perceber quais foram as consequências da erupção do vulcão Chaitén em 2008 (no Chile), conhecer os últimos membros da tribo indígena kawésqar ou acompanhar espeleólogos ao glaciar Pio XI, considerado um dos mais extensos da América do Sul.

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No segundo episódio, a exploradora irá percorrer a Patagónia por terra DR

Mas esta série documental não terminará aqui, garante a exploradora, que pretende retomar outras “explorações míticas”, possivelmente no Nilo, na Amazónia ou na Antárctida. “Talvez façamos uma ou duas expedições por ano”, afirma. E passarão por Portugal? “Já pensámos em fazer uma sobre o Mediterrâneo. Não há limites para esta série [documental]”, responde.

Céline Cousteau ambiciona que quem veja a série se sinta inspirado pelas histórias das pessoas que participam nela e criem novas opções para a sua vida. “Espero que se deixem levar por esta paisagem maravilhosa e que se envolvam numa causa que faça sentido para elas.” Além disso, tem a expectativa de que as pessoas que aparecem nos dois episódios vejam o seu trabalho reconhecido. “Precisamos de pessoas que tenham paixão pelo que fazem. Poder partilhar essas paixões com audiências de todo o mundo – e motivá-las – é muito entusiasmante para mim.”