Aldeia na Sertã sem telecomunicações desde Outubro de 2017

Vinte pessoas que habitam na aldeia de Marinha de Vale do Carvalho continuam sem internet e sem telefone fixo.

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Noutras zonas do país os problemas persistiram durante alguns meses PAULO PIMENTA

A aldeia de Marinha de Vale do Carvalho, na Sertã, está sem telefone e internet desde Outubro de 2017, quando um incêndio destruiu as telecomunicações, disse nesta segunda-feira à Lusa o presidente daquele município do distrito de Castelo Branco.

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A aldeia de Marinha de Vale do Carvalho, na Sertã, está sem telefone e internet desde Outubro de 2017, quando um incêndio destruiu as telecomunicações, disse nesta segunda-feira à Lusa o presidente daquele município do distrito de Castelo Branco.

“A aldeia de Marinha de Vale do Carvalho, na freguesia de Troviscal, ainda não tem ao dia de hoje a situação resolvida e as cerca de 20 pessoas que ali habitam continuam sem internet e sem telefone fixo, pelo que têm feito chegar os seus protestos quer junto da Câmara Municipal, quer à Junta de Freguesia, quer à própria Altice, no sentido de se encontrar uma solução e resolver este problema”, disse José Farinha Nunes (PSD).

O autarca disse que a questão tem sido discutida com a Altice, operadora que “já resolveu os problemas das telecomunicações de várias dezenas de aldeias afectadas pelos incêndios” rurais de 2017. Contudo, “ainda falta resolver esta situação na Marinha, aldeia que é a mais pequena em termos populacionais”.

Farinha Nunes disse ainda que, “em breve”, vai decorrer outra reunião entre o município e a Altice “para ver se se chega a uma solução que seja do agrado de todas as partes”, depois de rejeitada pela população uma primeira proposta da operadora de telecomunicações.

“A solução proposta era a instalação de uma antena (comunicações por satélite), mas a mesma não agradou à população porque não resolvia a questão do acesso à internet”, afirmou, notando que “aquilo que as pessoas exigem é que a solução vá ao encontro daquilo que tinham antes do incêndio, que era acesso ao telefone e à rede internet”.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Altice Portugal confirmou a recusa dos habitantes às soluções via satélite apresentadas, disse que o plano da operadora de infra-estruturação com fibra óptica chegará ao Troviscal a seu tempo e reconheceu o direito dos cidadãos ao serviço fixo de telecomunicações.

Contudo, notou que, “para o mesmo ser reposto, devem recorrer ao prestador universal do serviço universal de telefone fixo, o operador NOS”.

Em resposta escrita ao pedido de esclarecimentos da agência Lusa, a Altice refere um “investimento superior a 20 milhões de euros na sequência dos incêndios de 2017, investimento esse que não só repôs grande parte das ligações como ainda o fez substituindo o cobre por fibra óptica, uma infra-estrutura mais resiliente, mais rápida e que permitirá uma conectividade de maior qualidade”.

Nos locais “onde não foi possível a reconstrução”, continua, “a Altice Portugal foi muito além das suas responsabilidades, tendo oferecido soluções alternativas de comunicações como através de rádio ou satélite para que as populações não perdessem acesso”.

No caso concreto do Troviscal, a Altice Portugal “já apresentou diversas soluções aos seus clientes que passam também pela ligação via satélite, soluções essas recusadas pelos próprios”, confirmou a empresa.

Para a Altice, “os clientes têm toda a legitimidade, tal como está previsto na lei, a ter acesso a serviço fixo de telecomunicações, sendo que para o mesmo ser reposto devem recorrer ao prestador universal do serviço universal de telefone fixo, o operador NOS, que tem a obrigação de o garantir a todos os portugueses, já que é contratado pelo Estado português para este mesmo efeito”.

A Altice Portugal afirma ainda estar “a cumprir uma ambição de cobertura tecnológica do país em fibra óptica que cobrirá o país como um todo, chegando a praticamente 100% de cobertura num total de 5,3 milhões de casas até ao final de 2020”.

“O Troviscal não ficará alheio a este projecto tecnológico, estando em plano a sua infra-estruturação no futuro”, indica a empresa, sem precisar uma data.

 Contactada pela Lusa, a NOS optou por não comentar a situação.