António Costa na arruada final: “A minha campanha faz-se para o PS”

Líder do PS entende que as declarações de Rui Rio sobre “roda dos enjeitados” são de “mau gosto”. Na arruada em Lisboa, Costa levantou Pedro Marques em ombros.

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O secretário-geral do PS, António Costa, comentou nesta sexta-feira a estratégia do PS na recta final da campanha, em que as críticas aos parceiros de esquerda se intensificaram, e defendeu que não há novidade nenhuma para ninguém. “Se há matéria que distingue o PS dos demais partidos à esquerda é temática europeia”, disse, lembrando que essas diferenças não “comprometeram” acordos a nível nacional. E acrescentou: “A minha campanha faz-se para o PS.” 

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O secretário-geral do PS, António Costa, comentou nesta sexta-feira a estratégia do PS na recta final da campanha, em que as críticas aos parceiros de esquerda se intensificaram, e defendeu que não há novidade nenhuma para ninguém. “Se há matéria que distingue o PS dos demais partidos à esquerda é temática europeia”, disse, lembrando que essas diferenças não “comprometeram” acordos a nível nacional. E acrescentou: “A minha campanha faz-se para o PS.” 

A seguir ao almoço que juntou socialistas na cervejaria Trindade e que antecedeu a arruada no Chiado, António Costa lembrou que as diferenças em matérias europeias entre os três partidos da “geringonça” não comprometeram a possibilidade de construir a solução governativa que dura há quase quatro anos e que teve bons resultados. Apesar de refrear os avisos à esquerda, lembrou que os três partidos têm “três visões diferentes” sobre Europa, mas que isso “não comprometeu nem a possibilidade de construirmos esta solução nem dela produzir bons resultados”.

“Agora, é preciso que o PS consiga bons resultados para podermos ter a ambição de avançar com o rigor necessário para podermos dizer aos portugueses que tudo o que fizemos é irreversível, que não há riscos de voltarmos para trás”, referiu. No último dia da campanha, Costa não esqueceu o seu antecessor. “Mesmo que Pedro Passos Coelho regresse à campanha, não regressará ao Governo. Não vamos voltar à política de retrovisor nem de marcha atrás. Esse é o caminho que revertemos e que não queremos repetir.”

Pouco tempo antes, Costa tinha ouvido de Ferro Rodrigues o desejo de que destas eleições saísse um “grande resultado da esquerda” para que haja um “reforço” da experiência governativa em Portugal e assim esta possa continuar. Questionado pelos jornalistas sobre as palavras de Ferro Rodrigues, o secretário-geral do PS não mencionou a sua estratégia para depois das legislativas.

Mas falou no entanto da interpretação que tem sido feita de que houve uma contradição entre o que defende para a Europa e o que defende Pedro Nuno Santos, ministro das Infra-estruturas e Habitação e futuro candidato à liderança do PS. “Não vi nenhum desentendimento. Somos todos socialistas e sociais-democratas e queremos todos construir uma grande frente progressista” para derrotar a extrema-direita, disse”.

Durante a arruada, questionado pelos jornalistas sobre as críticas de Rui Rio, que na quinta-feira acusou de tentar deitar PCP e BE para a “roda dos enjeitados”, António Costa classificou as críticas de “mau gosto”, o que, segundo Costa, “infelizmente é uma nova característica” de Rio. 

Para encerrar esta campanha, os socialistas fizeram a tradicional descida do Chiado com o candidato às europeias, Pedro Marques, a ser levantado em ombros, também por António Costa, perto do arco da Rua Augusta.