Presidente da Indonésia reeleito perante acusações de fraude eleitoral

Joko Widodo recebeu mais de 55% dos votos, mas o seu opositor, o antigo general Probowo Subianto, diz que houve fraude eleitoral e vai queixar-se ao Tribunal Constitucional.

Foto
Widodo (ao centro, de camisa branca) foi eleito pela primeira vez em 2014 LUSA/MAST IRHAM

O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, foi reeleito para um segundo mandato com uma margem confortável, de acordo com os números oficiais conhecidos esta terça-feira. Mas o seu adversário, o antigo general Prabowo Subianto, recusou-se a aceitar o resultado e prometeu recorrer aos tribunais, por entre os protestos nas ruas dos seus apoiantes.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, foi reeleito para um segundo mandato com uma margem confortável, de acordo com os números oficiais conhecidos esta terça-feira. Mas o seu adversário, o antigo general Prabowo Subianto, recusou-se a aceitar o resultado e prometeu recorrer aos tribunais, por entre os protestos nas ruas dos seus apoiantes.

A comissão de eleições indonésia confirmou a contagem inicial feita ainda em Abril, logo após as eleições, pelas empresas de sondagens privadas. Nessa altura, Widodo surgiu com 55,5% dos votos, contra 44,5% de Subianto.

Widodo teve mais de 85 milhões de votos, num total de 154 milhões, mas Subianto disse aos jornalistas que suspeita de fraude. Cerca de mil dos seus apoiantes saíram às ruas para se manifestarem de forma pacífica, segundo a agência Reuters. O general na reforma prometeu “continuar a batalha nos tribunais, em linha com a Constituição, para defender o mandato do povo”.

O director da campanha eleitoral de Subianto, Sufmi Dasco Ahmad, confirmou que o resultado será contestado no Tribunal Constitucional do país – algo que o mesmo Subianto tentou fazer nas eleições de 2014, sem sucesso.

Na segunda-feira, uma agência de supervisão das eleições descartou as queixas de fraude, por falta de provas, e os observadores independentes disseram que a votação foi livre e justa.

O Presidente reeleito surgiu perante o país com um ar descontraído e prometeu ser “o líder de todos os indonésios”. “Estamos gratos e orgulhosos por termos conseguido manter a paz, apesar das nossas divergências”, disse Widodo durante uma visita a um bairro na capital, Jacarta.

Ben Bland, director do Projecto Sudeste Asiático (um colectivo de professores de Oxford especialistas na região), disse que as eleições de Abril mostraram que as políticas de identidade e a religião estão “cada vez mais presentes no discurso político na Indonésia”. “O desafio para ‘Jokowi’ é encontrar uma forma de aliviar essas tensões”, disse Bland, referindo-se ao Presidente indonésio pela alcunha.

O candidato derrotado tem três dias para enviar uma queixa ao Tribunal Constitucional. Se isso não acontecer, Joko Widodo será confirmado como vencedor.