Doenças sexualmente transmissíveis precisam de muito mais prevenção, diz Abraço

Em 2018 foram diagnosticados “976 casos de gonorreia, 996 de sífilis e 600 de clamídia”, sendo a maioria dos casos relativos “às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”, diz o jornal I.

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Rui Gaudencio

O presidente da Abraço alertou nesta segunda-feira que a distribuição de preservativos “tem vindo a diminuir” e que Portugal “ainda precisa de apostar muito na prevenção”, reagindo a dados que apontam para um aumento de doenças sexualmente transmissíveis (DST).

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O presidente da Abraço alertou nesta segunda-feira que a distribuição de preservativos “tem vindo a diminuir” e que Portugal “ainda precisa de apostar muito na prevenção”, reagindo a dados que apontam para um aumento de doenças sexualmente transmissíveis (DST).

Admitindo que “a oferta de mais diagnóstico faz com que os números subam”, Gonçalo Lobo considerou que o crescimento de casos de gonorreia, sífilis ou clamídia registados na plataforma de transparência do Ministério da Saúde, noticiados nesta segunda-feira pelo jornal I, merecem “muita atenção”.

“O número de preservativos distribuídos tem vindo a diminuir. Portugal precisa, ainda, de apostar muito na prevenção, não só a curto prazo mas a longo prazo”, afirmou o responsável da associação para a prevenção e tratamento do VIH, em declarações aos jornalistas no Porto, à margem da assinatura de um protocolo para uma “Cidade sem Sida”.

O jornal I refere que “estão a aumentar os diagnósticos de DST”, tendo em 2018 sido diagnosticados “976 casos de gonorreia, 996 de sífilis e 600 de clamídia”, sendo a maioria dos casos relativos “às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”.

Gonçalo Lobo recorda que os sintomas das DST aparecem “automaticamente”, passado “um curto espaço de tempo” após o “sexo desprotegido”.

“É preciso apostar num sistema de vigilância que nos diga quantas pessoas têm infecção e como podemos ligá-las aos sistemas de saúde”, defendeu.

De acordo com o responsável, é “a partir dos 25 anos” que está “a população mais vulnerável à ocorrência de novas infecções”.

“O facto de as organizações de base comunitária começarem a fazer rastreios a DST veio contribuir para que se percebesse que existe um problema. A oferta de mais diagnóstico faz com que os números subam”, observou.

Gonçalo Lobo notou ainda que, por não terem “o mesmo estigma” que uma infecção pelo VIH, as DST “podem ser mais negligenciadas”.