Sindicatos dizem que a polícia exagerou no 1.º de Maio de Paris em que se temia violência

Houve confrontos com a polícia em Paris, onde havia grande mobilização das forças da ordem, mas no resto do país não houve problemas.

Fotogaleria

O Dia do Trabalhador em França foi de alta de alta tensão em Paris, com milhares de polícias mobilizados e prontos a enfrentar uma enorme contestação de coletes amarelos, anarquistas e outros, que, afinal, não se verificou, à excepção de algumas escaramuças. A central sindical CGT diz que em todo o país houve 310 mil manifestantes na rua, a polícia diz que foram cerca de 164.500.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Dia do Trabalhador em França foi de alta de alta tensão em Paris, com milhares de polícias mobilizados e prontos a enfrentar uma enorme contestação de coletes amarelos, anarquistas e outros, que, afinal, não se verificou, à excepção de algumas escaramuças. A central sindical CGT diz que em todo o país houve 310 mil manifestantes na rua, a polícia diz que foram cerca de 164.500.

A polícia usou gás lacrimogéneo para obrigar os manifestantes a dispersar em vários locais da capital francesa, incluindo na marcha da CGT . A grande preocupação dos agentes – 7400 estavam mobilizados só em Paris – eram os chamados black blocs, que identificam como grupos de agitadores, que normalmente destroem bens públicos e incitam à violência.

Segundo o Le Monde, as autoridades calculavam que tenham ido a Paris cerca de 2000 destes manifestantes oriundos de toda a Europa, tendo-se misturado entre a multidão sem formar um bloco separado, por isso difíceis de detectar e controlar. Segundo a polícia de Paris, foram detidas 288 pessoas e feitas 15.306 identificações. Na capital, calcula-se que tenha havido 40 mil manifestantes na rua.

Há é denúncias de que a polícia foi ela própria demasiado violenta. O dirigente da CGT Philippe Martinez, criticou a acção policial, que fez “uma repressão inaudita e sem discernimento”, afirmou. Outro líder sindical, Eric Beynel, porta-voz da central Solidários, acusou a polícia de ter “tentado roubar” o 1.º de Maio às organizações sindicais. “Fomos constantemente acossados pelas forças da ordem. Respondi a uma entrevista com uma máscara de gás lacrimogéneo”, contou à AFP.

Que o movimento Coletes Amarelos aproveitassem o 1º. de Maio para tentar dar um novo ímpeto ao seu movimento de protesto era outro temor das autoridades, até porque foi há um ano que começou o caso Alexandre Benalla, o ex-segurança do Presidente Emmanuel Macron que agrediu violentamente um casal no Dia do Trabalhador de 2018 - e, veio-se a descobrir, usava o seu cargo para negócios particulares. 

Mas o movimento não parece ter ganho ganho novo vigor. Há relatos de manifestantes a impedir “coletes amarelos” de fazer estragos em bens públicos.

Ainda assim, há relatos de montras partidas, ao fim da tarde, e até de uma escola ter sido atacado, perto da Praça de Itália, segundo o Le Figaro. A confederação Força Operária emitiu um comunicado em que diz “deplorar e condenar a violência na manifestação sindical em Paris”. Três agente do corpo de intervenção ficaram feridos.