Benalla detido para prestar declarações sobre uso de passaportes diplomáticos

O antigo conselheiro de Emmanuel Macron terá utilizado dois passaportes diplomáticos para negócios em África depois de ter sido despedido do Eliseu.

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Alexandre Benalla em Setembro numa audiência no Senado francês LUSA/IAN LANGSDON

Alexandre Benalla, antigo conselheiro de segurança e logística do Presidente francês Emmanuel Macron, foi detido para interrogatório sobre um alegado uso indevido de passaportes diplomáticos.

Benalla foi demitido do Eliseu depois de ter sido divulgado um vídeo onde surge a agredir um manifestante no 1º de Maio em Paris. Agora vê-se envolvido noutro processo onde estão em causa viagens a África para trabalhos de consultoria onde terá utilizado passaportes diplomáticos que não devolveu, ao deixar de trabalhar com Emmanuel Macron.

A procuradoria de Paris confirmou a detenção de Benalla, explicando que abriu um inquérito preliminar sobre a alegada utilização destes documentos no final de Dezembro. Benalla disse que devolveu os passaportes aquando do seu despedimento.

Segundo o semanário Le Canard Enchaîné,Benalla terá também conservado um telefone encriptado que lhe tinha sido atribuído pela presidência da República. O director do gabinete do Presidente disse que o Eliseu só teve consciência da falta desde material a 4 de Outubro, quando foi feito um inventário.

As viagens que Benalla fez nos últimos meses a países como o Congo-Brazzaville, Camarões ou ao Chade, utilizando dois passaportes diplomáticos, foram reveladas pelo jornal online Mediapart e pelo Le Monde.

Num primeiro momento, e respondendo às questões destes jornais, Benalla garantiu ter devolvido os passaportes diplomáticos. No entanto, depois de o Le Monde ter divulgado a cópia de um dos passaportes que o ex-assessor de Macron teria usado, e cuja data de emissão era posterior à sua demissão, Benalla deixou de responder às perguntas do jornal.

Antes, em Setembro, numa audiência no Senado francês que deveria ter sido sobre as agressões a um manifestante que se centrou nas funções que desempenhava para Macron e as vantagens que daí obtia, Benalla explicou que o facto de possuir dois passaportes diplomáticos era procedimento “usual” e que os deixou no Eliseu depois de ter sido despedido.

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