Marcelo quer levar empatia da política para os negócios com a China

Visita do Presidente da República português à China durou seis dias e termina a 1 de Maio em Macau.

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Marcelo Rebelo de Sousa acompanhado pelo embaixador de Portugal na República Popular da China, José Augusto Duarte, em Xangai LUSA/MIGUEL A. LOPES

Marcelo Rebelo de Sousa participou ontem, em Xangai, num seminário económico e deu uma lição sobre empatia. O Presidente da República começou por explicar que existe “uma empatia” ao mais alto nível político nas relações luso-chinesas e aconselhou os empresários a aproveitarem este momento para “ir mais longe e ir mais depressa” nos negócios.

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Marcelo Rebelo de Sousa participou ontem, em Xangai, num seminário económico e deu uma lição sobre empatia. O Presidente da República começou por explicar que existe “uma empatia” ao mais alto nível político nas relações luso-chinesas e aconselhou os empresários a aproveitarem este momento para “ir mais longe e ir mais depressa” nos negócios.

“É um momento que não podemos desperdiçar. Porque há a memória de um conhecimento recíproco, uma capacidade de compreensão também singular, porque há uma confiança que se criou. E a confiança é crucial. Está criada a confiança, a todos os níveis”, considerou o Presidente dos afectos.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, nas recentes visitas recíprocas entre titulares do poder político de Portugal e da China, “entre primeiros-ministros, como desde logo entre presidentes da República, nasceu uma empatia, renovou-se uma empatia” que gerou “um quadro de excelência nas relações políticas institucionais”.

O chefe de Estado defendeu que “isso é importante” para as empresas, argumentando que “a empatia no quadro político institucional pode facilitar ou dificultar as relações empresariais”. Dirigindo-se aos empresários dos dois países, deixou-lhes um desafio: “É ir mais longe e ir mais depressa, porque a velocidade neste tempo é outra, e não há vazios, os vazios têm de ser preenchidos. Não podemos perder um minuto. Não podem perder um minuto na concretização dos vossos projectos”.

“Foi essa a mensagem que quis aqui trazer com a minha presença. Quis dizer que, naquilo que depende dos presidentes, nós estamos presentes: está presente o Presidente Xi, estou presente eu. Naquilo que depende dos poderes políticos, estamos presentes. Agora, a vida não se faz nem só nem sobretudo com os poderes políticos, faz-se com as pessoas, faz-se com os empresários, faz-se com aqueles que criam riqueza”, acrescentou.

Objectivos no relacionamento económico

Perante os 250 empresários discursou também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, para afirmar que Portugal quer consolidar as relações económicas com a China no quadro da União Europeia e destacar o turismo como “área absolutamente decisiva” para o reforço das relações económicas luso-chinesas.

O ministro enunciou os objectivos de Portugal no plano do relacionamento económico com a China. “O primeiro objectivo é consolidar as relações de investimento entre a China e Portugal”, apontou, acrescentando que Portugal quer que esse reforço aconteça “no quadro, em primeiro lugar, dos acordos que estão a ser concluídos entre a União Europeia e a China”. Segundo o ministro, “este quadro institucional cria novas condições muito promissoras para a continuação do investimento chinês em Portugal, designadamente de novo investimento, investimento de raiz”.

Augusto Santos Silva disse que na Cimeira União Europeia/China realizada em Abril “os líderes europeus e chineses foram muito claros no compromisso de concluir até 2020 o acordo de protecção de investimento recíproco”.

“E também foram muito claros ao dizer que era necessário articular a nosso própria iniciativa europeia de promoção da conceptividade entre a Europa e a Ásia, por um lado, e do outro lado a iniciativa ‘Faixa e Roda’, a ‘Nova Rota da Seda’, liderada pela China”, realçou.

No final do seu discurso, o ministro dos Negócios Estrangeiros voltou a referir-se às relações económicas luso-chinesas no quadro europeu, afirmando a ambição de “melhorar ainda mais as excelentes relações entre Portugal, a União Europeia e a China”.