Cães unidos contra o “Brexit”: eles e os donos querem novo referendo

Movimento Wooferendum alerta para a diminuição de veterinários e possível escassez de medicamentos caso a saída do Reino Unido da União Europeia se concretize.

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Na marcha de 10 de Março — que, de acordo com a organização, juntou mais de um milhão de pessoas nas ruas de Londres — foram milhares os cães (acompanhados, claro está, pelos respectivos tutores) que se juntaram ao protesto que pedia um segundo referendo sobre o “Brexit”.

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Na marcha de 10 de Março — que, de acordo com a organização, juntou mais de um milhão de pessoas nas ruas de Londres — foram milhares os cães (acompanhados, claro está, pelos respectivos tutores) que se juntaram ao protesto que pedia um segundo referendo sobre o “Brexit”.

A frase “Brexit is a dog´s dinner” (a expressão inglesa a dog's dinner traduz uma situação de desorganização) podia ser lida em letras grandes nos jardins de Victoria Tower, junto ao Parlamento inglês. Com uma mesa grande, os canídeos de todos os tamanhos e feitios iam comendo alegremente. Os donos, pró-europeístas e a favor de um segundo referendo, usam os animais de companhia como uma forma de alargar os protestos contra a forma como Theresa May está a dirigir as negociações.

“Esta é uma campanha divertida, mas tem uma mensagem muito séria”, alertou Daniel Elkan, fundador do movimento Wooferendum, criado em Outubro de 2017, que pretende sensibilizar o público britânico sobre as consequências negativas que uma saída da União Europeia implicaria para o país. De acordo com o activista de 45 anos, muitas pessoas sentem não ter capacidade de intervenção activa no processo de saída decidido em 2016 e, por esse mesmo motivo, os cães são usados como forma de dar voz a quem não a tem.

Os cães do Reino Unido querem um novo referendo sobre o “Brexit”: esta mensagem foi veiculada através de um vídeo amplamente partilhado nas redes sociais. Também foi criado um site onde se juntam fotografias de vários cães, todos com a mesma mensagem.

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Além das consequências económicas, a iniciativa também virou atenções para os impactos que o “Brexit” pode ter nos animais de companhia. De acordo com a organização — que cita um estudo do Colégio Real de Cirurgiões Veterinários —, a maioria dos profissionais que todos os anos começam a trabalhar no país são oriundos de outros Estados-membros da União Europeia. A escassez de medicamentos é outra das preocupações, às quais se juntam possíveis entraves às viagens na companhia dos animais de estimação.

O movimento garante continuar a reunir-se em grandes protestos e a “ladrar” contra o “Brexit” até ser ouvido.