Chega entregou assinaturas irregulares e de menores no Tribunal Constitucional

Entre as oito mil assinaturas entregues aos juízes do Palácio Ratton constavam nomes de menores e de agentes das forças policiais.

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Mario Lopes Pereira

O Chega voltou à recolha de assinaturas para se formalizar como partido depois de terem sido "invalidadas várias assinaturas", nomeadamente pela presença de menores e forças policiais, entre os nomes entregues no Tribunal Constitucional.

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O Chega voltou à recolha de assinaturas para se formalizar como partido depois de terem sido "invalidadas várias assinaturas", nomeadamente pela presença de menores e forças policiais, entre os nomes entregues no Tribunal Constitucional.

Em várias páginas de Facebook associadas ao partido está agora a ser feito um novo pedido de assinaturas em "maior número possível".

Ao telefone com o PÚBLICO, André Ventura confirmou que foi dado um prazo de dez dias para o Chega corrigir as irregularidades apresentadas. O líder do movimento fala em "muitas centenas de assinaturas de forças policiais” que não podiam ser submetidas para este efeito, garantindo que "vai fazer tudo para que este processo não afecte a entrega de listas às eleições europeias".

André Ventura tinha já ameaçado fazer uma vigília à porta do Tribunal Constitucional se o seu partido não fosse legalizado, mas mudou de ideias depois de ter visto invalidadas algumas assinaturas que o Chega entregou no Palácio Ratton.

Para já, os juízes do Constitucional ainda não se pronunciaram quanto aos estatutos e declaração de princípios do Chega. Só depois disso, e caso a decisão seja favorável, André Ventura pode submeter o seu projecto político “liberal a nível económico, nacionalista e conservador” a eleições.

O Chega entregou as assinaturas para formalização como partido no Tribunal Constitucional a 23 de Janeiro. Para estas eleições europeias está prevista a criação de uma coligação com o Democracia 21 e o Partido Cidadania e Democracia Cristã. André Ventura está também em negociações com o PPM para criar uma "frente de centro-direita".