Nuno Costa e Madalena dos Santos levam ópera à Bienal de Veneza

Ópera de câmara escrita pelos dois portugueses foi uma das quatro escolhidas de um concurso de um concurso internacional destinado a equipas de compositores e libretistas, com idades abaixo dos 35 anos. Estreia-se em Outubro

Foto
DR

A ópera de câmara The Colour"s Mechanics, de Nuno Costa e Madalena Nogueira dos Santos, é uma das quatro seleccionadas para se estrear no 63.º Festival Internacional de Música Contemporânea, no âmbito da Bienal de Veneza. Sob a direcção artística do compositor italiano Ivan Fedele, o festival realiza-se de 27 de Setembro a 6 de Outubro, apresenta 16 espectáculos de um total de 30, dos quais 19 são estreias absolutas, 12 comissariados pela bienal e 11 estreias italianas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A ópera de câmara The Colour"s Mechanics, de Nuno Costa e Madalena Nogueira dos Santos, é uma das quatro seleccionadas para se estrear no 63.º Festival Internacional de Música Contemporânea, no âmbito da Bienal de Veneza. Sob a direcção artística do compositor italiano Ivan Fedele, o festival realiza-se de 27 de Setembro a 6 de Outubro, apresenta 16 espectáculos de um total de 30, dos quais 19 são estreias absolutas, 12 comissariados pela bienal e 11 estreias italianas.

A ópera do compositor português, com libreto de Madalena dos Santos, foi uma das quatro escolhidas de um concurso internacional destinado a equipas de compositores e libretistas, com idades abaixo dos 35 anos. A organização procurava quatro projectos de teatro musical de baixo orçamento, com um tema cómico, surrealista, fantástico e/ou lúdico, com uma duração não superior a 18 minutos, como se lê no site da Bienal.

Nuno Costa, de 32 anos, natural de Vila de Cerva, do concelho de Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, foi bolseiro do Instituto Italiano de Cultura e, em 2015, venceu o Prémio Jovem Compositor da Sociedade Internacional para a Música Contemporânea. Estudou em escolas e academias de música em Vila Real, no Porto, também em Antuérpia, na Bélgica, e, posteriormente, na Academia de Santa Cecília, em Roma. Em 2015, quando foi considerado pela ICSM (Sociedade Internacional para a Música Contemporânea) o melhor jovem compositor do mundo, confessava ao P3 ser um "apaixonado pela vida" e prometia continuar a participar em concursos de competição — com sucesso, como se vê. Já Madalena Nogueira dos Santos tem 31 anos e é natural da Maia. É advogada e autora de quatro romances publicados pelas Edições ASA do Grupo LeYa, bem como de outras obras literárias.​

Além dos portugueses, concorrem equipas de compositores e libretistas da Itália, Espanha, Israel, Reino Unido e Suíça. Os projectos devem incluir pelo menos quatro tipos de voz: soprano, meio soprano, tenor, barítono e baixo. Segundo o site do festival, a "novidade deste ano é o acompanhamento instrumental que, além de nove instrumentos — flauta, clarinete, fliscorne, trompete, dois violinos, violoncelo, percussão e piano — inclui o uso da electrónica em tempo real".

Quanto a este elemento, a organização do festival esclarece que o hardware e o software necessários serão da responsabilidade do Centro de Informática Musical e Multimédia da Bienal de Veneza, sob a orientação de um "engenheiro de som" e um "engenheiro de música". Os projectos são levados à cena no dia 6 de Outubro, no Piccolo Arsenale Theatre, a encerrar 63.º Festival Internacional de Música Contemporânea.