Carlos Ramalho termina greve de fome

Anúncio da retoma de negociações entre o Governo e as estruturas sindicais dita fim do protesto iniciado na quarta-feira.

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O presidente do Sindepor diz estar pronto para próximas batalhas Daniel Rocha

Já passava das 14h30 desta sexta-feira e Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), ainda não tinha comido nada, mas a greve de fome que tinha iniciado na passada quarta-feira já tinha chegado ao fim, admitiu ao PÚBLICO. “Dado o facto de o principal e único objectivo desta greve estar atingido, não há motivos para continuar”, disse.
A decisão surgiu depois de o Ministério da Saúde ter anunciado, em comunicado, que pretendia retomar as negociações com as estruturas sindicais dos enfermeiros até aos primeiros dias de Março, detalhando que "estas reuniões incidem em temas como a organização do tempo de trabalho e a avaliação de desempenho".

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Já passava das 14h30 desta sexta-feira e Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), ainda não tinha comido nada, mas a greve de fome que tinha iniciado na passada quarta-feira já tinha chegado ao fim, admitiu ao PÚBLICO. “Dado o facto de o principal e único objectivo desta greve estar atingido, não há motivos para continuar”, disse.
A decisão surgiu depois de o Ministério da Saúde ter anunciado, em comunicado, que pretendia retomar as negociações com as estruturas sindicais dos enfermeiros até aos primeiros dias de Março, detalhando que "estas reuniões incidem em temas como a organização do tempo de trabalho e a avaliação de desempenho".

Para o enfermeiro que tinha anunciado estar disponível para continuar a greve de fome “até cair de morto", se fosse "necessário”, a retoma das negociações corresponde a uma batalha ganha, mas nada que se pareça com o fim da guerra. “Dou por terminada esta batalha, mas outras se seguirão", afirmou.

A partir do Jardim Afonso de Albuquerque, em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, e onde foi recebendo a solidariedade de outros enfermeiros, Carlos Ramalho não quis assumir o protagonismo da decisão do Governo de retomar as negociações que tinham sido dadas como encerradas a 30 de Janeiro. “Acredito que o Governo deu ouvidos aos enfermeiros, percebeu que esta não era só a luta de uma pessoa, mas de toda uma classe profissional”, disse.

Quem quase nem teve tempo para iniciar o protesto anunciado para esta sexta-feira foi Duarte Gil, enfermeiro do Hospital de S. João que agendara para o meio-dia desta sexta-feira o início de uma greve de fome. Em frente à Assembleia da República, o enfermeiro que garante não representar qualquer estrutura sindical, diz que, dado o anúncio do Governo, iria cancelar o protesto. “Acabo por não ter argumentos para manter a greve de fome, porque a nossa reivindicação foi atendida. Mas vamos continuar em luta, estamos em greve até ao final de Fevereiro. Vamos ver o que acontece nas negociações, se for preciso, pondero entrar novamente em greve de fome, por tempo indeterminado”, disse.

O enfermeiro disse que iria continuar mais algum tempo no local do protesto mas admitia regressar ao Porto ainda nesta sexta-feira.