Dulce Mota vai ser a nova presidente executiva do Banco Montepio

Carlos Tavares passa da presidência executiva para chairman (não executiva). Nova gestora foi solução encontrada para contornar o facto de o nome escolhido por Tomás Correia, o de João Ermida, não ter avançado.

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NFS - Nuno Ferreira Santos

Carlos Tavares como chairman e Dulce Mota como presidente executiva do agora designado Banco Montepio é a nova solução de gestão que a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) se prepara para apresentar ao Banco de Portugal (BdP), apurou o PÚBLICO. A reviravolta ocorre numa altura em que o supervisor já fez saber que não acompanha a nomeação de João Ermida como novo chairman, por este não cumprir uma das condições necessárias à concessão do registo de idoneidade: a experiência recente na actividade bancária.

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Carlos Tavares como chairman e Dulce Mota como presidente executiva do agora designado Banco Montepio é a nova solução de gestão que a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) se prepara para apresentar ao Banco de Portugal (BdP), apurou o PÚBLICO. A reviravolta ocorre numa altura em que o supervisor já fez saber que não acompanha a nomeação de João Ermida como novo chairman, por este não cumprir uma das condições necessárias à concessão do registo de idoneidade: a experiência recente na actividade bancária.

O PÚBLICO confirmou junto de várias fontes que a proposta de nomeação de Dulce Mota como próxima presidente do Banco Montepio e a subida de Carlos Tavares, o actual número um, a chairman, está prestes a ser concluída, mas ainda não foi oficializada junto do Banco de Portugal. Até ao meio-dia esta quarta-feira os pedidos de registo de idoneidade dos dois gestores para as funções a que se candidatam ainda não tinham sido submetidos ao supervisor, embora este já tenha sido informado. 

Até aqui, o BdP esteve a avaliar se João Ermida tinha condições para ser o próximo presidente não executivo do agora Banco Montepio. E o prazo para emitir uma opinião terminava no sábado, 9 de Fevereiro. 

O BdP notificou o actual presidente da AMMG, Tomás Correia, que endereçara o convite a João Ermida (por proposta de Carlos Tavares), de que o nome sugerido não passaria no seu crivo, por falhar num requisito importante: a experiência recente na actividade bancária. Isto, porque, nos últimos dez anos, a carreira de Ermida tem passado pela consultoria em investimento. Antes passou pela banca. No final dos anos 90 esteve com Carlos Tavares no Banco Santander e, em 2009, foi administrador do Banco Privado Português, quando este estava já em liquidação. 

E foi o alerta do BdP que levou Carlos Tavares a virar uma página que se fechou com nova proposta: a sua subida a chairman (em vez de Ermida) e a sua substituição, na presidência executiva, por Dulce Mota, que exerceu várias funções de topo no BCP (para onde entrou em 1996), chegando a líder do ActivoBank (BCP). No final de 2018, Tavares já a convidara para integrar a comissão executiva do agora Banco Montepio.

Com esta reconfiguração da gestão, a que o Banco de Portugal deverá dar luz verde, resolve-se um problema. É que o prazo para o supervisor se pronunciar sobre Ermida está a aproximar-se. No entanto, Ermida deverá ficar nos órgãos sociais do Banco Montepio, na equipa de Carlos Tavares.

A estabilização da gestão do Banco Montepio é um dos objectivos do BdP e do accionista, a AMMG, que tem 630 mil associados, e que está agora à beira de ser assegurada. E que também ocorre num quadro de grandes alterações. A designação Caixa Económica Montepio Geral foi substituída por Banco Montepio, a marca comercial registada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Embora o grupo já a tenha assumido, nomeadamente em bancomontepio.pt, a nova imagem levará ainda semanas a chegar aos clientes, em particular através da mudança da sinalética nas agências.