Benfica teve via verde no derby e Sporting só viu sinais vermelhos

”Encarnados” muito superiores num jogo com muitos golos e muitas decisões assistidas pelo VAR. Na quarta-feira, na Luz e para a Taça de Portugal, há mais.

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Os sintomas já eram visíveis nas últimas semanas, retoma de um lado, quebra do outro, e o derby deste domingo, em Alvalade, não foi mais que uma extensão natural dessa tendência. O Benfica foi muito melhor que o Sporting e venceu por 2-4 na 20.ª jornada, uma tremenda prova de força dos “encarnados”, que se mantêm vivos na luta pelo título, e uma grande demonstração de fraqueza dos “leões”, para quem o título de campeão (e, já agora, a luta pelos restantes lugares do pódio) passou a ser uma miragem matemática. No duelo dos treinadores que entraram com a época em andamento, Bruno Lage deu mais uma vez prova de competência, Marcel Keizer tem muito para fazer e até rever algumas das suas opções.

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Os sintomas já eram visíveis nas últimas semanas, retoma de um lado, quebra do outro, e o derby deste domingo, em Alvalade, não foi mais que uma extensão natural dessa tendência. O Benfica foi muito melhor que o Sporting e venceu por 2-4 na 20.ª jornada, uma tremenda prova de força dos “encarnados”, que se mantêm vivos na luta pelo título, e uma grande demonstração de fraqueza dos “leões”, para quem o título de campeão (e, já agora, a luta pelos restantes lugares do pódio) passou a ser uma miragem matemática. No duelo dos treinadores que entraram com a época em andamento, Bruno Lage deu mais uma vez prova de competência, Marcel Keizer tem muito para fazer e até rever algumas das suas opções.

Daqui a três dias, quando as duas equipas se reencontrarem na Luz para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, veremos se o desequilíbrio se mantém, mas parece pouco tempo para que se diminua a tremenda diferença entre os dois rivais de Lisboa, bem evidente no relvado de Alvalade. O Benfica foi mais competente a defender e a atacar, com mais pernas e mais cabeça, e uma ideia de jogo consolidada apesar de ter um treinador que ainda não cumpriu um mês no cargo. O Sporting nem sequer esteve perto de equilibrar, nem quando o adversário lhe ofereceu dois golos. A diferença no resultado é enganadora. Podia ter sido bem maior.

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Lage não fugiu um milímetro ao seu plano habitual, fazendo entrar em campo exactamente a mesma equipa que poucos dias antes tinha goleado o Boavista. E não havia razão nenhuma para mudar, nem no quarteto defensivo, nem no quarteto de meio-campo e, muito menos, na dupla de ataque, talvez a maior revelação da revolução do antigo treinador do Benfica B. João Félix e Seferovic parece que jogam juntos há anos, quando, na verdade, só partilham o ataque “encarnado” a tempo inteiro há poucas semanas.

Keizer, por seu lado, tem de se arranjar com o que tem (e não tem muito, diga-se), mas a ausência de muitos titulares da defesa não explica tudo. Tem defendido mal contra todos os adversários que tem encontrado. Isso passava para segundo plano quando o ataque mais do que compensava essas falhas, mas quando o ataque também não funciona as fraquezas crónicas são mais evidentes. Bruno Fernandes? Marcou um golo, mas não consegue estar em todo o lado. Bas Dost? Converteu um penálti que ele próprio sofreu aos 90’, mas esteve ausente nos outros 89. São problemas estruturais que não se resolvem com inspiração individual.

Assim que Artur Soares Dias apitou para o início do jogo, o Sporting tentou pressionar logo na saída de bola, mas sem consequência e o jogo rapidamente tomou outro sentido. Aos 4’, Grimaldo avançou como quis pelo flanco esquerdo, entrou na área e só um desvio de Bruno Gaspar impediu a bola de chegar a Félix. Mas aquele era um dos pontos de entrada e, aos 11’, Grimaldo tentou outra vez. O espanhol teve espaço, fez o cruzamento e Seferovic, no meio dos centrais, cabeceou para o sítio certo.

Era o início do vendaval benfiquista e das penas sportinguistas. Aos 22’, Félix meteu a bola na baliza, num tremendo remate de fora da área, mas uma revisão do VAR descobriu uma falta do jovem avançado sobre Wendel e não houve golo. Não fez muita diferença. Aos 36’, mais espaço no meio-campo dos “leões” e mais um ataque em que Seferovic conseguiu meter a bola para Félix fazer o 0-2. Com tantas facilidades concedidas pelo rival, o Benfica resolveu retribuir o favor. Samaris perdeu a bola no meio-campo para Nani, o capitão avançou com ela e largou-a no momento certo para Bruno Fernandes, na passada, disparar para o fundo da baliza de Vlachodimos, aos 43’.

Tudo bem, terá pensado Keizer. Alguns ajustes na equipa e mais alguém lá na frente e ainda dará para dar a volta na segunda parte. Saiu Nani, entrou Diaby, mas quem voltou a marcar foi o Benfica, menos de um minuto depois do reatamento. Livre de Pizzi para o coração da área e Rúben Dias, de cabeça, fez o 1-3.

O quarto golo “encarnado” podia ter acontecido aos 56’, numa recarga de Seferovic após uma defesa incompleta de Renan a um remate de Pizzi, mas o suíço estava fora-de-jogo. De novo sem problema. Aconteceu aos 74’, num penálti convertido por Pizzi, após falta de Renan sobre Félix.

Depois, foi a vez de o Sporting ver o 2-4 adiado pela revisão do VAR. Diaby meteu a bola na baliza aos 79’, mas estava fora-de-jogo quando Jefferson fez o passe. Acabou por acontecer poucos minutos depois. Bas Dost sofreu uma falta grosseira de Vlachodimos e Soares Dias, com o auxílio do VAR, decidiu-se pelo penálti e pela expulsão do guarda-redes alemão. O holandês converteu, mas praticamente nem festejou.

Ainda houve sete minutos depois dos 90, mas nada mais aconteceu num jogo que confirmou o crescimento acelerado do Benfica, uma equipa fresca de ideias e de pernas. Já o Sporting, talvez desse por bem-vindas, no mínimo, duas ou três semanas para limpar a cabeça. Mas não se pode dar a esse luxo, só vai ter três dias.