EUA enfrentam vaga de frio histórica – e Trump questiona aquecimento global

Os termómetros vão descer até aos -34 graus nos Estados Unidos da América. Ao todo, 220 milhões de norte-americanos vão ser afectados por uma das maiores ondas de frio desde que há registo.

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O Lago Michigan, em Chicago, completamente congelado REUTERS

Os EUA estão prestes a enfrentar uma das maiores ondas de frio desde que há registo.​ Até meio da próxima semana, a região do Midwest vai ser atingida por neve e ventos gelados potencialmente mortais, principalmente nos estados do Illinois e do Indiana.

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Os EUA estão prestes a enfrentar uma das maiores ondas de frio desde que há registo.​ Até meio da próxima semana, a região do Midwest vai ser atingida por neve e ventos gelados potencialmente mortais, principalmente nos estados do Illinois e do Indiana.

Em Chicago, a terceira maior cidade do país, a neve começará a cair no domingo à noite e as temperaturas deverão descer até uns históricos 29 graus Celsius negativos. Depois, a "massa de ar mais fria dos últimos anos" atingirá a região na terça-feira e o frio extremo continuará até sexta-feira.

"Não posso enfatizar mais o quão perigosa será esta vaga de frio, porque uma geração inteira viveu 25 anos sem nunca experienciar este tipo temperaturas em Chicago", diz Mike Doll, meteorologista do site especializado AccuWeather, à agência Reuters.

No Twitter, o Presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a questionar a validade do aquecimento global, porque "as pessoas não conseguem estar na rua nem que seja por uns minutos".

"No lindo Midwest, as temperaturas geladas estão a chegar aos 60 graus negativos, as mais baixas desde que há registos. Nos próximos dias espera-se que fique ainda mais frio. Mas o que é que se passa com o Aquecimento Global? Volta depressa, por favor, precisamos de ti!", escreveu Trump no Twitter.

Esta confusão entre as condições meteorológicas que se registam numa dada região e num determinado período de tempo (muito frio e neve no Midwest nos próximos dias) e a evolução do clima ao longo das décadas e séculos foi parodiada por outros utilizadores do Twitter – que brincaram também com o facto de Donald Trump ter escrito "waming" e não "warming".

"Os modelos de referência dizem que o 'aquecimento' global produz mais condições meteorológicas extremas, tanto quentes como frias. Você pode ser céptico em relação aos modelos, mas saiba que o frio extremo é uma prova que valida esses modelos, e não que os refuta", disse Ari Paul, fundador de uma empresa de investimento.

As temperaturas gélidas já se fazem sentir desde o início desta semana. No estado do Minnesota e no norte do Wisconsin, as temperaturas caíram para 42 graus negativos, batendo o recorde anterior por oito graus, revelou o serviço meteorológico nacional no Twitter. No Minnesota as escolas estão a fechar e o governador já declarou o estado de emergência, uma vez que está previsto que as temperaturas desçam ainda mais: mínimas de 34 graus negativos, mas com ventos gelados que podem fazer descer a temperatura até aos 54 graus negativos.

O governo do Illinois também já alertou a população para o perigo elevado de hipotermia e encorajou os cidadãos a ficarem em casa.

Até os estados que estão acostumados às baixas temperaturas estão a preparar-se para o pior. Segundo a CNN, cerca de 75% da população dos Estados Unidos (220 milhões de pessoas) vai ser afectada pelas temperaturas abaixo de zero.

A vaga de frio já causou pelo menos uma morte no Minnesota e outra no Illinois, mas em muitos estados do país o clima mais frio ainda está para chegar. "Se tens 25 anos ou menos, nunca sentiste tanto frio", disse o meteorologista Tom Sater, da CNN.

A companhia aérea Delta Airlines já disse que não vai cobrar taxas de mudança de voos para os passageiros que forem afectados pelo mau tempo em Chicago, Detroit e outras áreas do Midwest.