Rangel pede "transparência" e diz que moção de confiança a Rio tem de ser de braço no ar”

O eurodeputado do PSD não compreende a discussão que se instalou no partido sobre a votação na moção no conselho nacional do Porto.

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Paulo Rangel alega que os militantes do partido votam nos conselheiros, não votam numa "caixa negra" Nelson Garrido

O eurodeputado Paulo Rangel "não tem dúvidas" de que a moção de confiança na direcção de Rui Rio, que o conselho nacional do PSD aprecia esta quinta-feira, no Porto, deverá ser votada de braço no ar, e não por voto secreto. Isto, porque, explica, os "conselheiros nacionais foram eleitos para representarem os militantes e estes têm direito de saber em quem vão votar".

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O eurodeputado Paulo Rangel "não tem dúvidas" de que a moção de confiança na direcção de Rui Rio, que o conselho nacional do PSD aprecia esta quinta-feira, no Porto, deverá ser votada de braço no ar, e não por voto secreto. Isto, porque, explica, os "conselheiros nacionais foram eleitos para representarem os militantes e estes têm direito de saber em quem vão votar".

“Os conselheiros nacionais devem assumir perante quem os elegeu em quem vão votar. Quando os militantes do partido votam nos conselheiros não votam numa caixa negra. Votam em pessoas com um mandato, é tal e qual como no Parlamento”, explica o também especialista em Direito Constitucional, que acredita que a votação será feita de braço no ar.

Declarando que o conselho nacional é o parlamento do partido, o cabeça de lista do PSD nas eleições para o Parlamento Europeu de 2014 observa que, “em qualquer parlamento, uma moção de confiança e uma moção de censura são votadas abertamente, e não secretamente”. E atira: "Não compreendo a discussão que se instalou no partido quanto à votação da moção de confiança à direcção do partido, se deve ser votada de braço no ar ou por voto secreto. É uma posição de princípio e até por uma questão e transparência”.

Ao PÚBLICO, Paulo Rangel sublinha ainda que “ninguém se lembraria de votar no Parlamento uma moção de confiança ou uma moção de censura por voto secreto”. E acrescenta que, em relação a esta matéria, "há dois argumentos de peso: um constitucional e outro político, mas ambos são a favor de uma votação transparente”. Pegando nestes dois argumentos, o eurodeputado do PSD resume o seu pensamento numa ideia: “Uma moção de confiança ou uma moção de censura têm de ser votadas de braço no ar e os conselheiros que a votam têm de dizer em quem votam perante aqueles que os elegeram".

O conselho nacional do PSD, órgão máximo do partido entre congressos, decide esta quinta-feira se mantém a confiança na direcção de Rui Rio, dias depois de Luís Montenegro o ter afrontado desafiando-o a convocar de imediato eleições directas.

O início do conselho nacional está marcado para as 17h e cabe a Rui Rio abrir os trabalhos. Os conselheiros nacionais falam a seguir e a votação da moção de confiança não deverá acontecer antes da meia-noite.