O exasperante Shyamalan

A manobra desesperada dum cineasta que já foi a “next big thing” de Hollywood e depois caiu em desgraça.

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Se o cinema de super-heróis vive cada vez mais de “universos”, “expandidos”, “integrados”, ou “fundidos”, a resposta de M. Night Shyamalan é seguir o mesmo caminho rumo ao “Shyamalan-verso”: em Glass, e como já ficara prometido no final do precedente Fragmentado, dialogam os mundos e as personagens de dois filmes diferentes do realizador, é uma “sequela” simultânea para O Protegido, do final dos anos 90, e para esse muito recente Fragmentado (mas o final de Glass, bastante inconclusivo, promete que as coisas não ficarão por aqui).

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Se o cinema de super-heróis vive cada vez mais de “universos”, “expandidos”, “integrados”, ou “fundidos”, a resposta de M. Night Shyamalan é seguir o mesmo caminho rumo ao “Shyamalan-verso”: em Glass, e como já ficara prometido no final do precedente Fragmentado, dialogam os mundos e as personagens de dois filmes diferentes do realizador, é uma “sequela” simultânea para O Protegido, do final dos anos 90, e para esse muito recente Fragmentado (mas o final de Glass, bastante inconclusivo, promete que as coisas não ficarão por aqui).

Todas as personagens centrais dos dois filmes (Bruce Willis e Samuel L. Jackson, do Protegido, e James McAvoy, de Fragmentado) se encontram num hospital psiquiátrico especializado em distúrbios de personalidade e em pacientes que se tomam por indivíduos “especiais”, dotados de poderes de “super-herói”, e o trabalho do hospital — trocando por miúdos — é demovê-los dessas ilusões de grandeza. Como é habitual em Shyamalan, isto dá para uma espécie de “fresco” sobre a “predestinação” mas, como também é habitual nele, resolvido com uma naiveté à beira da infantilidade, que é incapaz de não se tornar exasperante.

Como exasperante é McAvoy, a repetir o one-man-show esquizofrénico de Fragmentado, e como exasperante é esta concepção da narrativa como um puzzle, onde se trata apenas de ir revelando a ordem secreta que une todas as peças. Fora isso, soa a manobra desesperada, truque dum cineasta que já foi a next big thing de Hollywood e depois caiu em desgraça, a escavar o seu “património” numa tentativa de voltar à primeira linha. Até pode voltar, mas o filme não vai a lado nenhum, e até Shyamalan, se foi sempre tão naif como aqui, já pareceu menos calculista e programático.

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