Cristas critica Governo por atraso na decisão sobre indemnizações

Na quinta-feira, o Conselho de Ministro anunciou um procedimento extra-judicial para pagar indemnizações pela morte das vítimas.

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Assunção Cristas LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, criticou nesta sexta-feira a demora de mês e meio do Governo em decidir sobre as indemnizações às famílias das cinco vítimas do acidente na pedreira de Borba, embora admita ser uma medida positiva.

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A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, criticou nesta sexta-feira a demora de mês e meio do Governo em decidir sobre as indemnizações às famílias das cinco vítimas do acidente na pedreira de Borba, embora admita ser uma medida positiva.

"O Governo deveria ter tomado a iniciativa, desde logo dizer que se indemnizava. Vai fazê-lo um mês e meio depois. Ainda bem que o faz. Pena que não tenha feito logo naquele momento, como de resto o CDS sinalizou e questionou o primeiro-ministro no Parlamento", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas, à margem de uma reunião com responsáveis da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.

A presidente centrista registou o "aspecto positivo" da decisão do Governo e recordou que o CDS-PP "há muito tempo" defendia que se indemnizasse primeiro, a seguir se apurassem as responsabilidades e, depois, se fosse esse o caso, o "próprio Estado ser ressarcido dos montantes que tivesse avançado para as famílias".

No entanto, Assunção Cristas insistiu que se tratou de "um caso grave, de falha grave do Estado".

Em 19 de Novembro, o deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra e o colapso de um troço da Estrada Municipal 255 para o interior de duas pedreiras contíguas em Borba (distrito de Évora) causou cinco vítimas mortais.

Na quinta-feira, o Conselho de Ministro anunciou um procedimento extra-judicial para pagar indemnizações pela morte das vítimas.

Visita à maternidade

Durante a visita à Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, onde faltaram anestesistas no Natal, Assunção Cristas decidiu "apontar o dedo" ao Governo do PS por não resolver os problemas estruturais na saúde.

"Ouvimos a ministra da Saúde dizer que é preciso reter profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas não compreendemos como se retém profissionais se não se abrem vagas" com aconteceu com a MAC, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas.

Quatro dias depois das notícias sobre a falta de um anestesista na MAC, Assunção Cristas reuniu-se com a presidente da administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, que integra a Alfredo da Costa, Ana Escoval, e outros responsáveis, deixando elogios aos profissionais da saúde pelo "trabalho notável" que fazem.

"Não conseguimos compreender, e apontamos o dedo ao Governo, porque fala dos problemas, mas não encontra as soluções", afirmou a líder dos centristas, para quem existem "problemas estruturais" no SNS que não são resolvidos, por exemplo, com a contratação de médicos.

Soluções como contratar, por um dia, um anestesista como faz a MAC, "não são desejáveis" e devem evitar-se, acrescentou, depois de lembrar que a direcção clínica pediu a contratação de mais quatro profissionais desta área.

Assunção Cristas realçou que "houve um concurso para colocar médicos em todo o país e não apareceram vagas para a MAC, para a anestesia".

"E esse é o problema mais importante", sublinhou.

Nos dias 24 e 25 de Dezembro a urgência da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) esteve a funcionar apenas para os casos urgentes, sendo os restantes encaminhados para outros hospitais, quando estava apenas um anestesista ao serviço.

Aos jornalistas, Ana Escoval voltou a garantir que a falta de anestesistas, que afectou a MAC no Natal, não vai repetir-se no Ano Novo, e recusou pronunciar-se sobre os valores de mais de 500 euros/hora na contratação eventual de um anestesista, revelando alguns sinais de irritação.