Na Lezíria haverá recolha selectiva de lixo à porta e prémios para quem reciclar

Em seis concelhos de Santarém, 40 mil pessoas vão ser desafiadas a entrar numa iniciativa que pretende reduzir o lixo ao mínimo.

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Serão distribuídos 7500 compostores domésticos pelos habitantes dos seis concelhos Jorge Silva / PUBLICO

A recolha selectiva de resíduos porta-a-porta deverá ser, em breve, uma realidade para 21 mil alojamentos localizados em Santarém. Noutros concelhos do distrito, a recolha de lixos orgânicos prevê chegar a 14 mil habitações. A estratégia “Zero resíduos”, promovida pela Ecolezíria, uma empresa de tratamento de resíduos sólidos, e a Zero, uma associação ambientalista, pretende dar respostas às metas definidas pela União Europeia (UE) para a reutilização e reciclagem de resíduos urbanos.

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A recolha selectiva de resíduos porta-a-porta deverá ser, em breve, uma realidade para 21 mil alojamentos localizados em Santarém. Noutros concelhos do distrito, a recolha de lixos orgânicos prevê chegar a 14 mil habitações. A estratégia “Zero resíduos”, promovida pela Ecolezíria, uma empresa de tratamento de resíduos sólidos, e a Zero, uma associação ambientalista, pretende dar respostas às metas definidas pela União Europeia (UE) para a reutilização e reciclagem de resíduos urbanos.

A UE aponta como meta para 2025 a reutilização e reciclagem de 55% do total de desperdícios urbanos. Em 2035, a percentagem de resíduos urbanos processados de forma ambientalmente correcta sobe para 65%. Tendo em conta esses valores, a empresa considera necessário reposicionar-se estrategicamente, de forma a cumprir os objectivos traçados. A Zero levará a cabo uma “campanha de sensibilização intensa” e serão promovidas várias sessões com a população.

Numa primeira fase do processo, serão distribuídos contentores para a separação de lixos orgânicos e sacos reutilizáveis para a separação de diferentes compostos nas habitações. Estas entregas serão feitas semanalmente, em dias previamente definidos. De acordo com a empresa, os residentes que mais separarem receberão incentivos financeiros, convertíveis em bens e serviços que podem ser adquiridos no comércio local. Numa segunda fase, está prevista, em contraponto, a cobrança de tarifas calculadas em função do peso e do volume de resíduos não-recicláveis depositados pelos utilizadores.

De acordo com a empresa, “a compostagem é uma aposta decisiva”. Por isso, serão distribuídos 7500 compostores domésticos. A Ecolezíria tem, ainda, a pretensão de construir uma unidade de compostagem centralizada, com capacidade para tratamento de 10 mil toneladas por ano. A compostagem é um processo biológico em que os microrganismos transformam a matéria orgânica numa substância semelhante ao solo da terra. Só assim, afirma a empresa, será possível “optimizar a produção de composto de qualidade e fazer retornar os nutrientes aos solos”.

Noutra vertente, a empresa orienta o seu investimento para a construção de uma central de triagem de recicláveis, que permitirá “melhorar a capacidade de preparação e de encaminhamento dos diferentes materiais para a reciclagem”.

Com a implementação da recolha porta-a-porta e da compostagem doméstica, a empresa tem a ambição de se tornar num dos sistemas de gestão de resíduos urbanos que mais encaminha desperdícios para reciclagem, assim como ser o que mais reduz a produção de resíduos indiferenciados, contribuindo assim para a prevenção ambiental.

A implementação do programa de recolha selectiva engloba os concelhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos. A recolha de orgânicos chegará somente a quatro dos seis municípios seleccionados (Almeirim, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos).

Ao levarem a cabo estas medidas, cerca de 40 mil pessoas terão acesso a um serviço de recolha de lixo porta-a-porta.