Governo visita obras atrasadas na linha do Minho

Aproveitando a presença em massa do executivo no Minho, Pedro Marques estreia, esta segunda-feira, a viagem em comboio eléctrico entre Nine e Barcelos.

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LUSA/António José

Pedro Marques realiza esta segunda-feira uma viagem num comboio eléctrico entre Nine e Barcelos numa viagem técnica que “inaugura” a electrificação daquele troço da linha do Minho.

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Pedro Marques realiza esta segunda-feira uma viagem num comboio eléctrico entre Nine e Barcelos numa viagem técnica que “inaugura” a electrificação daquele troço da linha do Minho.

Trata-se apenas de uma viagem destinada a mostrar que a catenária (cabo de alta tensão sobre a via férrea) já está instalada até aquela cidade, num troço de dez quilómetros, faltando ainda os 30 quilómetros restantes até Viana do Castelo.

É pouco, mas é o que o Governo tem para mostrar. A empreitada da linha do Minho até Viana já deveria estar terminada em Março de 2018, mas soma, pelo menos, um ano de atraso. O PÚBLICO perguntou ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas quando estará concluída, mas não obteve resposta.

O Plano de Investimentos Ferrovia2020 prevê ainda que a segunda metade da linha do Minho, até Valença, esteja concluída em Dezembro de 2018, mas as obras só foram consignadas em Julho deste ano para estarem prontas em Junho de 2020. Se não derraparem, o atraso face ao previsto será de um ano e meio.

Dos mais de dois mil milhões de euros de projectos ferroviários anunciados pelo Governo em 2016, só uma pequena parte está em execução. Há obras de investimento no Minho, num curto troço da linha do Douro, na Beira Baixa (Covilhã – Guarda) e na fronteira do Caia (Elvas).

O chamado Corredor Internacional Sul (Sines – Badajoz) que deveria ter arrancado no início deste ano, ainda não foi adjudicado. O projecto da linha do Oeste, cujas obras foram prometidas para finais de 2017, não avançou e, questionado pelo PÚBLICO, o ministério de Pedro Marques não explicou as razões do atraso nem quando prevê lançar o concurso público.

A electrificação para a Régua, que segundo o Ferrovia 2020, também já deveria estar em execução, também não avançou, e a própria modernização da linha do Norte, depois de umas obras pontuais, está por concluir.

Embora o ministro do Planeamento e das Infra-estrutuas e o próprio António Costa se desdobrem em visitas às poucas obras existentes, o projecto da linha do Minho é, apesar de tudo, o mais adiantado de todos os investimentos do Ferrovia 2020, traduzido hoje na chegada de um comboio eléctrico a Barcelos.