BE alega que Mosteiro de Tibães tem um terço dos funcionários que deveria

O deputado Pedro Soares afirmou que o museu situado no antigo mosteiro beneditino tem 13 funcionários, quando a previsão inicial era de 41.

Foto
daniel rocha

Classificado como Imóvel de Interesse Público pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), o complexo que inclui a igreja e o outrora mosteiro de Tibães, situado na freguesia de Mire de Tibães, no concelho de Braga, alberga um museu desde a década de 90, mas para o deputado do BE na Assembleia da República, Pedro Soares, está aquém do papel económico e cultural que poderia desempenhar no concelho e na região, devido à falta de funcionários. O quadro de pessoal inicialmente previsto, disse após uma reunião com a coordenadora do imóvel tutelado pelo Ministério da Cultura, Maria de Lurdes Rufino, era de 41 pessoas, mas apenas 13 estão a trabalhar em Tibães.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Classificado como Imóvel de Interesse Público pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), o complexo que inclui a igreja e o outrora mosteiro de Tibães, situado na freguesia de Mire de Tibães, no concelho de Braga, alberga um museu desde a década de 90, mas para o deputado do BE na Assembleia da República, Pedro Soares, está aquém do papel económico e cultural que poderia desempenhar no concelho e na região, devido à falta de funcionários. O quadro de pessoal inicialmente previsto, disse após uma reunião com a coordenadora do imóvel tutelado pelo Ministério da Cultura, Maria de Lurdes Rufino, era de 41 pessoas, mas apenas 13 estão a trabalhar em Tibães.

“É praticamente um terço do quadro inicial. Isso coloca constrangimentos muito fortes não só a nível da manutenção, mas também a nível do serviço de ligação com o público e nas actividades quotidianas relacionadas com o museu”, reiterou.

O bloquista considerou ainda que a falta de pessoal se traduz numa perda de potencial económico, já que o complexo monumental, apesar de ter uma “dinâmica muito grande”, com o número de visitantes a aumentar para mais do dobro na última década, é incapaz de levar a cabo projectos capazes de gerar “visibilidade para a região”.

Caso beneficiasse de um aumento de funcionários, o museu de Tibães, acrescentou Pedro Soares, também poderia ser um agente de criação de postos de trabalho, ainda para mais numa altura em que o presente quadro tem “gente com bastante idade”, mas não há a perspectiva de abertura de qualquer concurso público para a contratação de novos técnicos. “Deram-nos a informação que, no próximo ano, estão previstos mais dois técnicos reformarem-se”, revelou.

A forma utilizada pelo Estado para garantir a prestação de serviços no museu, caso falte alguém dos quadros, é a “mobilidade interna”, com funcionários de outros serviços públicos da região a serem recrutados, disse ainda o deputado.

OE para a cultura insuficiente

Para o responsável do BE, a igreja e o mosteiro de Tibães são um testemunho “da cultura, da história e do desenvolvimento da região ao longo dos séculos” e mereciam, por isso, maior atenção por parte da tutela. Adquirido pelo Estado a privados em 1986, por um valor equivalente a 500.000 euros, o complexo de edifícios construído entre os séculos XVII e XIX foi a casa-mãe da Congregação de São Bento no Portugal e no Brasil, entre 1567 e 1834, ano em que as ordens religiosas foram expulsas do país.

Advogando uma perspectiva de que a “cultura é um bem em si mesmo”, Pedro Soares considerou que a fatia do Orçamento do Estado de 2019 para o sector, apesar de ter subido de 445,3 milhões de euros, em 2018, para 501,3 milhões, é “insuficiente” para um “novo olhar sobre a cultura”, de valorização do património.

O deputado prometeu colocar a questão da falta de funcionários em Tibães ao Ministério da Cultura, mas considerou que a “visão economicista” no tratamento do sector tem um “peso ainda muito grande”.