CNN processa Trump e exige o regresso do jornalista suspenso da Casa Branca

Na semana passada, durante uma conferência de imprensa, Donald Trump recusou responder a umas pergunta de Jim Acosta. Pouco depois o jornalista da CNN viu o seu acesso à Casa Branca vedado por tempo indeterminado.

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A presidência revogou a credencial de acesso de Jim Acosta pouco depois da conferência Reuters/JONATHAN ERNST

A CNN processou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e exige a reposição imediata do acesso do seu correspondente Jim Acosta à Casa Branca. A notícia foi avançada pelo próprio canal nesta terça-feira.

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A CNN processou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e exige a reposição imediata do acesso do seu correspondente Jim Acosta à Casa Branca. A notícia foi avançada pelo próprio canal nesta terça-feira.

A decisão da CNN é uma resposta ao confronto entre o correspondente do canal e Donald Trump na semana passada e que culminou com a suspensão do acesso do jornalista à Casa Branca.

O caso ocorreu no dia a seguir às eleições para o Congresso, quando, numa conferência de imprensa, Trump recusou responder à pergunta de Acosta sobre a caravana de imigrantes que está a caminho dos EUA. O jornalista, que já tinha feito duas perguntas, insistiu e Trump insultou-o. 

Agora, o canal acusa o Presidente de estar a violar a 1.ª e a 5.ª Emendas da Constituição ao retirar a acreditação de Acosta na Casa Branca.

“Pedimos uma ordem imediata para que a acreditação seja devolvida imediatamente a Jim [Acosta]. Apesar de este processo estar ligado à CNN e a Jim Acosta, podia ter acontecido com qualquer um. Se não for contestada, esta decisão da Casa Branca pode criar um ambiente de medo para aqueles que cobrem a Casa Branca.”

O processo contra Trump, contra o chefe de gabinete John Kelly, a porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders, o chefe de comunicações Bill Shine, o director dos serviços secretos Randolph Alles e o funcionário dos serviços secretos que tirou o passe de Acosta na quarta-feira da semana passada, deu entrada num tribunal de Washington durante a manhã desta terça-feira. 

Quando o conflito entre Trump e Acosta ocorreu, a porta-voz da Casa Branca partilhou no Twitter um vídeo manipulado que dava a entender que Acosta agredira a funcionária que lhe foi tentar tirar o microfone. As imagens foram manipuladas pela Infowars, uma página de extrema-direita dedicada a disseminar teorias da conspiração. 

A Associação de Correspondentes da Casa Branca já expressou o seu apoio à CNN, defendendo que o jornalista recupere a sua acreditação, “que não deveria ter sido retirada”.

“Este não é um passo que damos de ânimo leve. Mas a atitude da Casa Branca também não tem precedentes”, diz o presidente da CNN, Jeff Zucker, numa nota interna enviada aos funcionários.